Abstract
Esse artigo coloca em foco violências colonialistas desveladas devido à pandemia da COVID 19, tendo como principal contexto analítico a educação em sua configuração escolar. Para sustentar reflexões nesse âmbito, três elementos pertencentes às origens da construção de saberes etnomatemáticos são pautados, a saber: - todo conhecimento é contextual; - matemática é um conjunto de saberes social e culturalmente construído; - tanto o ensino quanto a aprendizagem da matemática podem ser transformados por meio da ressignificação das relações interculturais. Com o aporte dessa tríade, dois complexos de fatores são então desenvolvidos. O primeiro diz respeito a relações existentes entre processos educacionais e ataques de natureza colonialista à diversidade sociocultural. O segundo coloca em evidência contextos educacionais quilombolas, indígenas e campesinos como espaços de luta contra os referidos ataques. Por fim, entrecruzando as reflexões desenvolvidas, o período pandêmico será criticamente refletido a fim de desvelar nexos causais no contexto da violência proveniente de movimentos colonizadores que permanecem presentes em processos educacionais na contemporaneidade.
Highlights
This article focuses on colonialist violence unveiled due to the COVID 19 pandemic, with the main analytical context being education in its school setting
To support reflections in this context, three elements belonging to the origins of the construction of ethnomathematical knowledge are used, namely: - all knowledge is contextual; - mathematics is a set of socially and culturally constructed knowledge; - both teaching and learning mathematics can be transformed through the re-signification of intercultural relations
The first concerns the relationship between educational processes and attacks of a colonialist nature on socio-cultural diversity
Summary
Ao surgir no meio acadêmico voltado à pesquisa no campo da Educação Matemática, a etnomatemática traz consigo um aparato de ideias que claramente caracteriza um movimento de resistência, uma resposta intelectual que busca denunciar concepções abusivas acerca da construção de conhecimento. Ao se conceber que todo conhecimento é contextual (elemento 1), que a matemática é um conjunto de saberes social e culturalmente construído (elemento 2) e que tanto o ensino quanto a aprendizagem da matemática podem ser transformados por meio da ressignificação das relações interculturais (elemento 3), abre-se terreno para o enfrentamento de certezas medievais e eurocêntricas fortemente presentes em espaços que promovem educação escolar. Esse complexo se funda também tanto na identificação quanto na problematização de consequências provenientes de certos paradigmas escolares que, ao estabelecerem padrões que por todo o tempo buscam unificar processos de ensino, aprisionam pensamentos, gerando comportamentos adaptados que facilmente jogam a favor de lógicas financeiras excludentes, as quais, como óbvio resultado, inibem possibilidades formativas de natureza popular, comunitária e cidadã. Torna-se importante tê-los também como objeto de reflexão no contexto das intenções deste artigo, sem, no entanto, tratá-los de modo exclusivo, mas no seio do debate educacional-escolar revelado nessa primeira seção
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