Abstract
A pesquisa desenvolvida trata-se de uma descrição etnográfica sobre o campo da tatuagem na cidade de Cascavel/Paraná, com o intuito de trazer luz às representações acionadas nas relações sociais dentro do campo. A metodologia utilizada foi a etnografia juntamente com revisão bibliográfica. Verificou-se que, em meados dos anos 80 os estúdios receberam uma normatização sanitária que permitia tornarem-se legais perante o Estado. Os principais resultados obtidos com a pesquisa demonstram que tatuadores passaram a ser vistos como profissionais em decorrência de uma série de regulamentações em relação aos estúdios e na entrada de novos materiais e métodos mais sofisticados no Brasil. A higiene é também adotada como reforço da representação de profissional. Chancelados pelo Estado, os tatuadores profissionais projetam em sua prática a assepsia necessária e não presente nos ilegais. No entanto, a condição higiênica de profissional concorre com a auto-representação de artista, gerando reações de valorização das expressões artísticas em detrimento das não profissionais-higiênicas. Este campo se organiza de forma dual, tais sejam: profissionais e não-profissionais, artistas e amadores, legais e ilegais. A valorização da técnica, da higiene e assepsia, e sobretudo do caráter artístico do trabalho são os principais suportes dessa dualidade no campo entre os tatuadores.
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