Abstract

Este estudo objetiva compreender a organização da assistência psicossocial em uma cidade de médio porte. Para tanto, desenvolveu-se uma pesquisa qualitativa, baseada no paradigma construtivista e apoiada em produções teóricas do campo da saúde coletiva e saúde mental. As estratégias metodológicas foram grupos focais, entrevistas em profundidade e pesquisa documental. Participaram 80 sujeitos, representados por profissionais da Estratégia de Saúde da Família (ESF), do Núcleo de Apoio à Saúde da Família e do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), bem como por usuários deste último. Identificaram-se paradoxos e impasses produzidos pela escassez de recursos, pelo lugar que o CAPS assume na atenção psicossocial da cidade e por uma incorporação da política nacional de saúde mental dissociada das reflexões críticas, da história e do constructo conceitual que a produziram. O CAPS assume lugar de referência e confiança para os pacientes, mas se mantém isolado e responsabilizado pelo mandato social sobre a loucura e o louco. Na ESF, os pacientes são identificados por meio dos signos da periculosidade e carência, enquanto que o remédio assume função de agente de apaziguamento, constituindo a principal estratégia terapêutica. Imersa no imaginário da precariedade, a rede estudada ilumina vários riscos para a consolidação da Reforma Psiquiátrica brasileira.

Highlights

  • Resumen: Este estudio objetiva comprender la organización de la asistencia psicosocial en una ciudad de medio porte

  • 600 Lilian Miranda, Thaíssa Fernanda Kratochwill de Oliveira & Catia Batista Tavares dos Santos dimento, essa reação é compreensível, na medida em que a própria equipe do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) também ficou temerosa com a ideia de atender a demanda de saúde mental

  • Desafio para a Atenção Básica da assistência em Saúde Mental

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Summary

Síndromes relacionadas à infância

Fonte: Miranda (2013), p. 6 Pesquisa intitulada “Estudo da rede de saúde mental de uma cidade da Baixada Fluminense: uma interlocução entre saúde mental, saúde coletiva e psicopatologia psicanalítica” Organização do trabalho no CAPS, vivência da dinâmica institucional e suas repercussões para a vida cotidiana dos pacientes. O serviço não trabalha com técnico ou equipe de referência e não formaliza, por escrito, os projetos terapêuticos dos pacientes. Com exceção da usuária que faz psicoterapia há 05 cinco anos e delega ao psicólogo a condução do seu percurso terapêutico, os demais pacientes não se referem a nenhum profissional em específico que os ajude a compreender como se estrutura seu tratamento. Já a equipe não relata o desenvolvimento regular de nenhuma atividade voltada à socialização ou vida laboral, mas destaca o caso de duas usuárias que conseguiram se organizar no CAPS para ter uma fonte de renda, por meio da venda de doces e salgados. Ressaltam o desejo de fazer uma barraquinha em frente ao serviço, para que contassem com uma melhor estrutura e pudessem oferecer outros produtos, porém afirmam que não contaram com o apoio necessário e não têm recurso para viabilizar isso.

Recursos necessários ao trabalho no CAPS e relação entre serviços
Função e lugar do CAPS
Efeitos da precariedade
Findings
Ações de Saúde Mental no Programa de
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