Abstract
Discorremos sobre o estudo do planejamento e design de um módulo instrucional para o ensino de ciências, especificamente para o ensino do sistema respiratório para alunos surdos. Primeiramente, apresentamos uma discussão sobre a educação de surdos pautada por questões linguísticas, que envolvem o ensino da língua portuguesa e a língua de sinais. Descrevemos a estratégia de criação do módulo, que está pautada no sociointeracionismo, e, finalmente, descrevemos uma situação de intervenção pedagógica analisando o processo de apropriação conceitual. Para tanto, apresentamos episódios de aulas para o 8º ano do Ensino Fundamental da Associação dos Surdos de Goiânia. Constituíram o design do módulo diferentes formas de representação do conhecimento científico. Nossos resultados permitem inferir que a estratégia foi utilizada como ferramenta da ação mediada e como instrumento de explicação e previsão. Ainda, permitiu aos alunos perceberem, estabelecerem relações e conhecerem fenômenos naturais simbolizados a partir das sequências vivenciadas.
Highlights
This research presents the planning and design of an instructional module for teaching science, of the respiratory system for teaching deaf students
Cada aluno recebeu uma tirinha em quadrinhos que ironiza o costume das pessoas de respirarem um ar poluído encontrado nas grandes cidades
Foi relembrado o funcionamento do sistema respiratório, com exibição de um vídeo representativo apresentando o interior do corpo humano e as ações envolvidas no processo desse sistema
Summary
Historicamente, a educação de surdos esteve voltada para questões linguísticas, em específico, para a discussão do ensino do português (oral e/ou escrito) e do uso da língua de sinais (QUADROS, 2004). Concordamos com Reily (2003) quando menciona que é necessário que as escolas organizem o currículo partindo de uma perspectiva visual/espacial; e, se o processo educacional ocorre mediante a interação linguística, deve ocorrer, portanto, na língua brasileira de sinais juntamente com outras experiências visuais, tais como língua portuguesa escrita, mímica/dramatização, figuras, recursos tecnológicos (vídeo/TV, slides, computador, retroprojetor) e leitura, desenvolvendo, nos alunos, a memória visual e o hábito de leitura; recebendo apoio de professor especialista conhecedor de língua de sinais, além de proporcionar intérpretes de Libras, para o maior acompanhamento das aulas. Está a sala de aula de ciências, com sua linguagem socialmente negociada e simbólica, de maneira que, como professores de ciências, objetivamos, neste trabalho, apresentar estudos sobre o planejamento e desenvolvimento de um módulo instrucional que foi utilizado como estratégia de ensino e aprendizagem numa turma de alunos surdos, e avaliar a apropriação conceitual mediante a utilização desta ferramenta na ação mediada
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