Abstract

Este trabalho teve o objetivo de contribuir para o conhecimento das principais causas de deficiencia visual em crianças. Foi realizado um estudo transversal, com seleção aleatória, de 100 crianças de idade inferior a 6 anos, atendidas no Centro de Intervenção Precoce (CIP), para realização de anamnese e registro de antecedentes genéticos, gestacionais e pós-natais, exames oftalmológicos e avaliação psicosocial. A causa mais freqüente de deficiência visual foi atrofia óptica (37%), associada a complicações gestacionais e pós-natais. Os diagnósticos foram classificados em distúrbios neurológicos (45%), doenças oculares intrínsecas (29%), malformações múltiplas com distúrbio da morfologia e funcionamento do olho (16%) e distúrbios associados a doenças metabólicas (7%). Quanto aos aspectos etiológicos, verificou-se predominância de condições multifatoriais ou associadas a agravos ambientais (66%), seguindo-se causas monogênicas (26%) e cromossômicas (2%), restando ainda 6% de causas de natureza idiopática. Os resultados obtidos evidenciam a importância da implantação de medidas em saúde pública para a prevenção de distúrbios da visão. Recomenda-se que centros de referência para intervenção precoce incluam o aconselhamento genético em seus programas de prevenção.

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