Abstract

A estrutura de comunidades de morcegos no Brasil ainda é pouco estudada e vêm sofrendo sérias modificações devido à perda de habitats. O principal objetivo do presente trabalho foi estudar a comunidade de morcegos da Estação Experimental de Itirapina, município de Itirapina, Estado de São Paulo. Nesta Estação, além das espécies cultivadas de Eucalyptus e Pinus, há diversas plantas que podem fornecer alimento aos morcegos. Entre julho de 2001 e julho de 2006, foram realizadas 58 sessões noturnas de captura de morcegos com 4 a 12 redes-de-neblina dispostas a cada sessão. Nesse período, foram capturados 720 indivíduos de 16 espécies de morcegos dos quais 13 pertencem à família Phyllostomidae, duas à Vespertilionidae e uma à Molossidae. A curva cumulativa de espécies atingiu o equilíbrio, no qual apenas espécies raras são acrescentadas. Cinco espécies (Artibeus lituratus, Platyrrhinus lineatus, Carollia perspicillata, Glossophaga soricina e Sturnira lilium) representaram 80% dos morcegos capturados na Estação Experimental, onde se alimentavam de frutos de plantas pioneiras, tais como Cecropia pachystachya, Solanum spp. e Piper spp. A prevalência do vírus rábico foi zero na amostragem das 10 espécies analisadas. Apesar de estar muito modificada, a Estação Experimental de Itirapina pode ser uma importante área de abrigo e alimento para os morcegos e tem potencial de atuar como corredor entre áreas de Cerrado e Mata Atlântica.

Highlights

  • The structure of Brazilian bat communities is poor studied and they have been modified due to the loss of part of their habitats

  • Estudos em que são realizados inventários de espécies de morcegos na região neotropical tendem a amostrar indivíduos da família Phyllostomidae em maior quantidade, como pode-se observar em estudos realizados na Costa Rica (Fleming et al, 1972), no México (Estrada & Coates-Estrada, 2002), no Peru (Ascorra et al, 1993) e no Brasil, nos Estados de Santa Catarina (Sipinski & Reis, 1995) e Paraná (Muller & Reis, 1992; Arnone & Passos, 2007)

  • S. lilium e C. perspicillata têm sido consideradas como espécies comuns em diversas localidades da região neotropical, como na zona do Canal do Panamá e na região oeste da Costa Rica (Fleming et al, 1972) e no Brasil, na região de Intervales, São Paulo (Portfors et al, 2000; Passos et al, 2003), na Reserva da Serra do Caraça, Minas Gerais (Falcão et al, 2003) e nas Reservas Biológicas Poço das Antas e União, Rio de Janeiro (Mello & Schittini, 2005)

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Summary

MATERIAL E MÉTODOS

A Estação Experimental de Itirapina (EEI) (22°14’47”S, 47°49’34”W), administrada pelo Instituto Florestal do Estado de São Paulo, está localizada no município de Itirapina, região central do Estado de São Paulo, sudeste do Brasil. O trabalho de campo foi desenvolvido em duas fases: bimestralmente, no período de julho de 2001 a julho de 2003 e mensalmente, no período de agosto de 2005 a julho de 2006, com uma a cinco noites consecutivas de trabalho noturno por fase. Foram utilizadas de quatro a doze redes de espera de 6, 7 e 11 m de comprimento, dispostas entre 0,3 e 2 m de altura. Para determinar se o esforço de amostragem despendido para a coleta de dados foi suficiente para se inventariar a maioria das espécies de morcegos da EEI, os dados foram plotados em uma curva de acumulação de espécies (Soberón & Llorente, 1993). Parte dos exemplares das espécies mais comuns, capturada com mais freqüência, foi enviada para exame laboratorial de raiva, realizada pelos processos habituais de Imunofluorescência Direta e Prova Biológica em camundongos. Os morcegos foram coletados, congelados e encaminhados ao Laboratório de Diagnóstico de Raiva do Departamento de Higiene Veterinária e Saúde Pública da UNESP, campus de Botucatu

Riqueza e curva de acumulação de espécies
Freqüência relativa
Eptesicus brasiliensis
Comentários sobre as espécies
Findings
Prevalência da raiva em morcegos de Itirapina
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Paper version not known

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