Abstract
Os depósitos sedimentares da região de Pouso Alegre e outros remanescentes de bacias eminentemente terrígenas ocorrem ao longo do Cinturão Ribeira, desde o Estado de Minas Gerais até o Paraná. A análise das fácies sedimentares e dos sistemas deposicionais permitiram discriminar na bacia de Pouso Alegre três unidades estratigráficas representadas por associações de fácies que caracterizam depósitos subaéreos de leques aluviais; depósitos deltaicos (fan-delta)e depósitos de plataforma proximal. Nos ambientes subaquosos, esses depósitos foram retrabalhados pela ação de correntes de marés, por ondas normais e, eventualmente, de tempestades. Nos depósitos prodeltaicos foram identificados os acritarcos Soldadophycus bossii GAUCHER et al. 1996, Soldadophycus major GAUCHER 2000 e Symplassosphaeridium sp., evidenciando a participação de águas marinhas relativamente bem oxigenadas durante a sedimentação. A correlação com as demais bacias que ocorrem ao longo do Cinturão Ribeira e com outras dos continentes sul-americano e africano é proposta, tendo-se em conta parâmetros estratigráficos, paleontológicos e geocronológicos. Adaptou-se um modelo paleotectônico e paleogeográfico para a evolução do Gondwana Ocidental durante a transição Neoproterozóico Cambriano, em cujo cenário interagiram blocos cratônicos, a colagem de terrenos alóctones e a abertura e fechamento dos oceanos. Após a glaciação Varanger (~600 Ma) e com o aumento das temperaturas do planeta, o nível dos oceanos encontrava-se em ascensão. As águas do Oceano Brazilides penetraram pelas regiões subsidentes meridionais do Cinturão Ribeira, constituindo nível de base para a deposição em bacias extensionais nas porções ocidentais do Orógeno Mantiqueira. Concomitante a estes embaciamentos em mares epicontinentais ocorria a sedimentação em bacias de margens passivas, às bordas dos crátons. A conexão entre os oceanos Brazilides e Adamastor permitiu a disseminação de microfósseis similares, notadamente Cloudina, em quase todas elas. Com a convergência dos blocos cratônicos e o fechamento dos oceanos, ao redor de 530 Ma, as bacias sofreram inversão e encurtamento, como assinalado nas assinaturas isotópicas de rochas do embasamento e dos depósitos.
Highlights
Remnants ofPouso Alegre and other essentially terrigenous basin deposits occur along the Ribeira Belt from Minas Gerais to Paraná State
M de espessura em direção ao topo da seqüência
Em direção ao topo, para metarenitos médios a finos com estratificação plano-horizontal su~vemente ondulada
Summary
Desde o sul de Minas Gerais, passando por São Paulo, até a região de Curitiba, no Paraná, ocorre uma série de depósitos remanescentes de bacias pretéritas com pequenas dimensões em área que escaparam dos sucessivos eventos erosivos fanerozóicos, graças ao condicionamento imposto pelas zonas de cisalhamento que recortam o Cinturão Ribeira na porção sul-sudeste do Brasil. No sul de Minas Gerais (FIGURA 1), um destes remanescentes metamorfismo predominante de muito baixo grau (WINKLER 1976) e pela ausência de magmatismo sin-sedimentar. Incorporam, como fragmentos elásticos, quase a totalidade das rochas discrimináveis do embasamento. Localmente, mostram-se sobrepostos pelos sedimentos fanerozóicos da bacia do Paraná, através de discordâncias angular e erosiva
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