Abstract
Foram analisados dados do rebanho Caracu da Estação Experimental de Zootecnia de Sertãozinho, selecionado para peso ao sobreano entre os anos de 1979 e 2002, com os objetivos de descrever o tamanho efetivo, o coeficiente de geração, o intervalo de gerações e os diferenciais de seleção e estimar o ganho genético. O ganho genético por ano foi obtido multiplicando-se o produto do diferencial de seleção ponderado médio (em kg) pela herdabilidade e dividindo-se pelo intervalo de geração médio. Diferenciais de seleção ponderados médios para seleção direta para peso ao sobreano, de touro e vaca, foram, respectivamente, iguais a 1,10 e 0,28 unidades de desvio-padrão (u.d.p.) e os diferenciais de seleção acumulados de touro e vaca para a progênie de 2001 foram iguais a 3,61 e 2,32 u.d.p. A razão da média dos diferenciais de seleção não-ponderado e máximo dos touros foi 0,89, indicando perda de eficiência de 11%, decorrente sobretudo da não-seleção em um mesmo ano de animais de mesma família. O intervalo de geração para os períodos de 1979 a 1984, 1985 a 1990, 1991 a 1996 e 1997 a 2002 foram 6,3; 6,3; 5,5 e 4,8 anos, respectivamente, e a progênie nascida em 2002 atingiu, em média, 4,5 gerações de seleção. O coeficiente de endogamia médio anual da população foi 0,50% e para os animais endogâmicos de 1,83%. O tamanho efetivo populacional para os quatro períodos foi de 9, 12, 20 e 64. Em função da seleção praticada, a estimativa do ganho genético anual para peso ao sobreano foi 2,02 kg/ano. A introdução de material genético, a restrição ao grau de parentesco nos acasalamentos e a seleção de, no máximo, dois filhos de cada reprodutor por ano foram eficazes no controle do aumento excessivo da endogamia.
Highlights
A raça Caracu possui em sua formação várias raças espanholas e portuguesas entre outras, incluindo gado africano, como resultado da invasão dos mouros na Península Ibérica
Koch et al (1994), em animais da raça Hereford na linha de seleção para peso ao ano, encontraram valores de DSP para machos e fêmeas de 1,75 e 0,25 u.d.p., respectivamente
Tabela 1 - Diferenciais de seleção não-ponderado (DSNP), ponderado (DSP) e acumulado (DSA), para touros e vacas, diferencial de seleção máximo (DSM) de touros, expressos em unidades de desvio padrão (u.d.p.) e coeficientes de endogamia e de geração por ano de nascimento da progênie standardized differentials of males, inbreeding and generation coefficient by progeny born
Summary
Os registros analisados referem-se a 1.990 animais da raça Caracu, nascidos entre 1979 e 2002, na Estação Experimental de Zootecnia de Sertãozinho, que fazem parte do Projeto de Seleção das Raças Zebuínas e Caracu. Anualmente, são selecionados reprodutores com base no maior diferencial de seleção, de acordo com a média dos contemporâneos para peso ao final da prova de ganho de peso em confinamento, padronizado para 378 dias (P378). Os diferenciais de seleção acumulados (DSA), para avaliar a seleção total praticada em populações com sobreposição de gerações, foram obtidos segundo Newman et al (1973) e Koch et al (1994), como: Total acumulado na seleção = DSNP + (DSATouro + DSAVaca)/2 em que DSNP é o desvio individual dos pais ou das mães dos contemporâneos; DSATouro, o diferencial acumulado dos pais; e DSAVaca, o diferencial acumulado das mães. O coeficiente de geração do indivíduo (CGI) foi obtido por meio de: CGI = [(CGT + CGV)/2]+1, em que CGT e CGV são os coeficientes de geração do touro e da vaca, respectivamente, considerando-se os animais nascidos em 1979 como geração zero. O coeficiente de endogamia de cada animal foi calculado a partir do numerador da matriz de parentesco de todos os animais nascidos de 1979 em diante, de acordo com o algorítmo de Quaas (1976), utilizando o programa de Boldman et al (2002)
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