Abstract

Objetivou-se investigar as repercussões desencadeadas na vida de mães cuidadoras ao longo do curso do transtorno esquizofrênico de seus filhos. Doze participantes responderam a uma entrevista semiestruturada e suas narrativas foram examinadas por meio da análise de conteúdo temática. Foram encontrados sete eixos temáticos, cada qual apontando momentos, problemáticas e correlatos emocionais específicos: estranhamento, o estigma da loucura, a chegada ao consultório médico, o diagnóstico, resistindo ao tratamento médico, mudanças na vida, aceitação ou resignação. Os resultados evidenciaram a natureza invasiva do transtorno mental na vida da mãe cuidadora, a especificidade das sobrecargas vivenciadas em cada período do curso da esquizofrenia e a dificuldade encontrada na elaboração psíquica da condição do filho, mesmo após muitos anos do diagnóstico.

Highlights

  • This paper aims to investigate the impact on the lives of carer mothers of a son or daughter with a schizophrenic disorder

  • Este estudo colocou em evidência a trajetória de mães que tiveram seus filhos diagnosticados como portadores de sofrimento mental

  • Para a maioria das participantes, houve um aspecto que se mostrou comum em todas as fases: mesmo que, com o passar do tempo, tenha havido uma evolução no sentido da conscientização e aceitação da nova realidade familiar, os indícios de não aceitação dessa condição sempre 91

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Summary

ESQUIZOFRENIA E MÃE CUIDADORA

A esquizofrenia, enquanto condição crônica e potencialmente incapacitante, traz repercussões não somente ao indivíduo acometido, mas a toda a sua família. Os estudos com foco nos cuidadores têm destacado, entre os temas recorrentes, alguns aspectos relacionados à sobrecarga nos cuidados ao doente mental: a convivência com uma realidade que não conhecem, o estigma social que acompanha os transtornos psiquiátricos, a imprevisibilidade do paciente, a modificação da rotina e dos papéis sociais, a alteração nas relações familiares e a falta de suporte social percebido (Brady & McCain, 2004; Saunders & Byrne, 2002). A seleção das participantes, portanto, foi intencional; foram entrevistadas aquelas mães que consentiram em colaborar com o estudo e que preenchiam os seguintes critérios: 1) tempo mínimo de cinco anos desde o diagnóstico do filho; 2) responsabilidade direta pela maior parte dos cuidados dispensados ao filho. São três as etapas desse processo de análise: 1) pré-análise, que consiste na organização do material e sistematização das ideias contidas nos relatos; 2) descrição analítica, que corresponde à categorização dos dados em unidades de registros; 3) interpretação referencial, que se relaciona ao tratamento e interpretação dos dados

Resultados e Discussão
Considerações Finais
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