Abstract

O espraiamento urbano é um fenômeno comum nas metrópoles brasileiras. A população de alta renda conduz um processo de autossegregação socioespacial que, combinado à periferização de segmentos de baixa renda, tem contribuído para o agravamento da problemática das desigualdades na acessibilidade às atividades urbanas. Esta pesquisa exploratória buscou investigar os efeitos do espraiamento residencial urbano sobre os níveis de acessibilidade às oportunidades de emprego em Fortaleza, e como esses efeitos impactam de forma desigual os distintos grupos socioeconômicos. Para tanto, propôs-se uma representação conceitual dessa problemática e sua caracterização a partir da definição e territorialização de indicadores agregados de uso do solo e de acessibilidade aos postos de trabalho. Os resultados apontam processos de descentralização distintos por grupo de renda, com distribuições desiguais e não equânimes do acesso às oportunidades de empregos, configurando Fortaleza como uma produção de duas cidades díspares e segregadas, a dos ricos e a dos pobres.

Highlights

  • Urban sprawl is a phenomenon common in Brazilian metropolises

  • The results show different decentraliza9on processes by income group, with unequal and inequitable distribu9ons of access to job opportuni9es, configuring Fortaleza as a produc9on of two very dis9nct and segregated ci9es, one belonging to the rich and the other to the poor

  • Veri&ica-se ainda que as intervençõ es no sistema de transportes ocorridas nos ú ltimos 20 anos nã o conseguiram eliminar as fortes desigualdades socioespaciais na acessibilidade ao trabalho em Fortaleza

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Summary

INTRODUCÃO

A principal meta a ser alcançada pelo planejamento urbano e suas polıticas de integraçã o entre uso do solo e transportes é a melhoria da acessibilidade (van Wee, 2002), entendida aqui como o potencial de oportunidades para interaçã o dos indivıduos nos subsistemas urbanos A partir dos anos 2000, esse fenô meno de espraiamento do tecido da cidade vem se manifestando cada vez mais de forma voluntá ria pela população de alta renda que, em busca da uma suposta melhoria na qualidade de vida, vai morar longe do conturbado centro urbano, intensi&icando a segregaçã o imposta aos segmentos de baixa renda (Pequeno, 2015). A expansã o imobiliá ria em Fortaleza incorreu signi&icativamente na reproduçã o do fenô meno da autossegregaçã o, estabelecendo um ‘eixo’ imobiliá rio valorizado da cidade, a partir dos anos 2000, com aumento da oferta de moradia para classes de maior poder aquisitivo, especialmente de condomınios horizontais fechados, ao longo do vetor Sudeste (Figura 1) (Pequeno, 2015).

Periferização residencial da baixa renda por segregação imposta
Centralização das oportunidades de empregos
Intervenções no subsistema de transportes
MÉTODO DE ANÁLISE DE CARACTERIZAÇÃO DA PROBLEMÁTICA
ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
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