Abstract

INTRODUÇÃO: São raras as espondilodiscites fúngicas decorrentes de espécies do gênero Candida, sendo que até 2004 foram descritos menos de 75 casos. RELATO DECASO: Homem, 42 anos, com história de etilismo por 35 anos, foi admitido com quadro de dor em abdome inferior com irradiação para membros inferiores e fraqueza dos mesmos nos últimos 3 meses. Os achados do exame físico foram: atrofia muscular em região glútea, dor à mobilização da articulação coxo-femoral, lombalgia em níveis L4 e L5 e força muscular grau II de parte distal de membros inferiores. O paciente foi internado e introduziu-se empiracamente clindamicina e ciprofloxacina por suspeita de espondilodiscite, confirmada por meio do exame de Ressonância Magnética (RM). Após duas semanas o paciente começou a apresentar quadro de dor à inspiração. A radiografia e a tomografia de tórax mostraram quadro difuso multinodular em pulmão sugestivo de infecção fúngica ou tuberculose de apresentação atípica. A biópsia demonstrou granuloma com necrose central e a cultura Candida albicans. Após 1 mês deantibioticoterapia houve melhora da dor em abdome inferior e membros inferiores porém sem melhora radiológica. Foi então realizada punção aspirativa da massa lombar com cultura positiva para Candida parapsilosis, introduzindo-se Anfoterecina B. Cinco meses após uso contínuo desta droga houve melhora radiológica pulmonar e da coluna lombar, com remissão dos sintomas. DISCUSSÃO: O uso abusivo de álcool constitui um fator de risco para o desenvolvimento de espondilodiscite por espécies do gênero Candida, visto que teoricamente predispõe a ocorrência de infecções sistêmicas por organismos normalmente de baixa virulência. CONCLUSÃO: A espondilodiscite causada por Candida é um evento raro, mas deve ser suspeitada em pacientes com algum tipo de imunosupressão, como o etilismo grave.

Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call