Abstract

A origem da Capoeira tem sido investigada e discutida até os dias atuais. Vários pesquisadores de diversos campos e, inclusive, os próprios capoeiristas discordam quanto à sua gênese. Estas dicotomias persistem em embates no campo da Capoeira. Neste artigo foram analisadas, interpretadas e discutidas as possibilidades das origens indígenas da Capoeira, e as possíveis contribuições dos índios brasileiros no desenvolvimento do jogo-luta. Por meio das análises realizadas, foi possível elaborar especulações e apontamentos gerais sobre o assunto. A pesquisa tem um enfoque histórico. Foi utilizada como procedimento metodológico a pesquisa bibliográfica e documental, tendo-se realizado análise qualitativa das fontes que foram interpretadas e discutidas ao longo da narrativa deste trabalho. Constatou-se que houve a possibilidade de interação entre negros e índios em trocas culturais que possibilitariam influências no desenvolvimento da Capoeira. Entretanto, concluiu-se que não é possível afirmar existirem diretamente contribuições indígenas brasileiras para as origens da Capoeira. Destarte, é possível afirmar que a única e importante contribuição indígeno-brasileira é a origem nominal da prática, por ser o vocábulo capoeira de origem tupy. Recomenda-se que futuros estudos sejam realizados aproveitando os apontamentos realizados neste artigo e analisando as fontes primárias que não foram possíveis constar no rol documental deste trabalho.

Highlights

  • Por ainda haver uma lacuna no meio acadêmico sobre uma discussão mais aprofundada sobre o assunto, este artigo tem como objetivo elaborar especulações e apontamentos gerais por meio de analises, interpretações e discussões sobre as possibilidades que sugerem as origens indígenas da Capoeira, e as possíveis contribuições destes povos no desenvolvimento do jogo-luta

  • De acordo com o mestre de Capoeira Gladson S 19, no livro do padre José de Anchieta, Arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil, impressa em Coimbra em 1595 - a segunda obra do padre e a primeira gramática contendo os fundamentos da língua tupy, também sendo a segunda obra dedicada a línguas indígenas na América - há uma citação que “os índios tupi-guaranis divertiamse jogando capoeira” (p.10)[19]

  • R 14 fornece outra boa fonte que merece maior atenção para futuras pesquisas, a descrição da maraná pelo escritor holandês Gaspar Barleus, o qual descreve “no livro ‘Rerum Per Octennium in Brasília - 1647, a luta dos índios tupis praticadas no litoral brasileiro’ [sic] chamado de Maraná, luta de guerra, só existem dois exemplares, um nos EUA e outro no Brasil” (p.11)[14]

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Summary

Especulações acerca das possíveis origens indígenas da capoeira

Ricardo Martins Porto LUSSAC* *UniversidadedoEstado do Rio de Janeiro. A origem da Capoeira tem sido investigada e discutida até os dias atuais. Neste artigo foram analisadas, interpretadas e discutidas as possibilidades das origens indígenas da Capoeira, e as possíveis contribuições dos índios brasileiros no desenvolvimento do jogo-luta. Por ainda haver uma lacuna no meio acadêmico sobre uma discussão mais aprofundada sobre o assunto, este artigo tem como objetivo elaborar especulações e apontamentos gerais por meio de analises, interpretações e discussões sobre as possibilidades que sugerem as origens indígenas da Capoeira, e as possíveis contribuições destes povos no desenvolvimento do jogo-luta. Foi utilizada como procedimento metodológico a pesquisa bibliográ ca e documental, tendo-se realizada análise qualitativa das fontes que foram interpretadas e discutidas ao longo da narrativa deste trabalho. A m de oferecer maiores contribuições para a área, recomendo que futuros estudos aproveitem os apontamentos realizados neste artigo ao analisar as fontes primárias que não foram possíveis constar no rol documental deste trabalho. Já durante o século XIX é veri cado um grande número de fatores que contribuíram para o desenvolvimento da Capoeira, dentre eles, possíveis contribuições dos índios brasileiros

Resultados e discussão
Pertencia à cultura potiguara a dança de guerra
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