Abstract

Resumo: A análise da narrativa híbrida O feliz independente (1779), de Teodoro de Almeida, revela como a poesia épica em Portugal já estava num processo de renovação perto do final do século XVIII, colocando pistas para o romance histórico do Romantismo. As reflexões metaliterárias do mesmo autor e o discurso poetológico que acompanhou a publicação mostram o status volátil de alguns paradigmas do gênero épico, por exemplo, o uso do verso, os feitos heroicos com relevância para uma coletividade ou a conceção do herói. Para os contemporâneos, a obra de Almeida é um “poema épico em prosa”, hoje em dia classificamo-la como “romance”. Neste trabalho destacam-se as características épicas e romanescas de O feliz independente, tendo como pano de fundo os debates poetológicos do século XVIII e as teses sobre os gêneros literários de Mikhail Bakhtin.

Highlights

  • Mikhail Bakhtin's theses on literary genres

  • Today we classify it as a “novel

  • I demonstrate the volatile status of some paradigms of the epic genre

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Summary

Introduction

This paper highlights the epic and novelistic characteristics of Teodoro de Almeida’s hybrid narrative O feliz independente (The Happy Independent, 1779) against the backdrop of eighteenth-century literary theory and Mikhail Bakhtin’s theses on literary genres. No seu estudo Epos e Romance: Sobre a metodologia do estudo do romance (1941), Mikhail Bakhtin formula a tese notável de que, com o surgimento e desenvolvimento do romance, se reconhece uma luta histórica de gêneros literários, especialmente desde a segunda metade do século XVIII. Nas épocas em que o romance manteve a supremacia, quase todos os outros gêneros se tornaram mais ou menos “romanescos”, porque o romance irradiava para os outros gêneros.

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