Abstract

O Banco dos Abrolhos, região analisada nesta pesquisa, concentra a maior biodiversidade marinha do Brasil e uma série de atores que utilizam o território. Dentro desse contexto, o objetivo da pesquisa foi o de compreender as transformações históricas, econômicas e ambientais que influenciaram na territorialidade dos pescadores artesanais de Caravelas e Nova Viçosa entre 1960 e 2019. Para isso, utilizei a observação participante, entrevistas semiestruturadas, grupos focais e mapeamento participativo. Foi possível categorizar 4 marcos temporais, o primeiro foi marcado pela pesca da baleia, o segundo pela influência da Estrada de Ferro Bahia-Minas e o abastecimento dos navios, já o terceiro pela estruturação da pesca, com a chegada do gelo e das embarcações motorizadas, e o quarto, que foi influenciado pela chegada das Unidades de Conservação. Com efeito, o território passou por inúmeras transformações e a reterritorialização foi necessária para a manutenção do modo de vida tradicional da pesca artesanal local.
 
 Abstract
 
 ARTISANAL FISHING TERRITORIALITIES IN MARITIME TERRITORY OF CARAVELAS AND NOVA VIÇOSA-BA
 
 The Abrolhos Bank concentrates the largest marine biodiversity in Brazil and a series of actors that use the territory. Within this context, the objective of this research was to understand the historical, economic and environmental transformations that influence the territoriality of artisanal fishermen of Caravelas and Nova Viçosa in the last 60 years. For this, I used participant observation, semi-structured interviews, focus groups and participatory mapping. It was possible to categorize 4 time frames, the first was marked by whale fishing, the second by the influence of the Bahia Minas Railroad and the supply of vessels, the third by the structuring of fishing, with the arrival of ice and motorized vessels. Finally, the fourth is influenced by the arrival of the Conservation Units. It can be said that the territory has undergone numerous transformations and that reterritorialization was necessary for the maintenance of local artisanal fishing.

Highlights

  • O modo de vida tradicional dos pescadores artesanais é diretamente ligado ao mar e suas dinâmicas

  • Ainda que haja uma gama de estudos que envolvem o etnoconhecimento dos pescadores artesanais, poucos se dedicam a análises integradas e que abordem todo o contexto em que a pesca e os pescadores estão inseridos

  • Os territórios pesqueiros são espaços e lugares utilizados pelos pescadores artesanais, mas também são ocupados ou mesmo invadidos por grandes empreendimentos e outras atividades econômicas, o que ocasiona uma série de transformações

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Summary

Introdução

O modo de vida tradicional dos pescadores artesanais é diretamente ligado ao mar e suas dinâmicas. Os territórios pesqueiros são espaços e lugares utilizados pelos pescadores artesanais, mas também são ocupados ou mesmo invadidos por grandes empreendimentos e outras atividades econômicas, o que ocasiona uma série de transformações. Partindo desse pressuposto a perspectiva adotada nesse estudo visa à compreensão do território a partir de um olhar que considera o território como um híbrido entre o universo das simbologias e do material, levando em consideração suas múltiplas facetas, como as dinâmicas econômicas, sociais e ambientais (HAESBAERT, 2004). A relação cotidiana dos pescadores artesanais com o mar permite que esse ambiente possua diferentes valores, percepções, símbolos e significados, possibilitando a concepção do mar enquanto “maretório”, um território marítimo utilizado por populações tradicionais para a manutenção do modo de vida dos pescadores artesanais. Devido a todos esses fatores elencados, a região possui uma concentração grande de Unidades de Conservação (UCs), contemplando a Área de Proteção Ambiental da Ponta da Baleia Abrolhos (APA Ponta da Baleia) e a Reserva Extrativista de Cassurubá (RESEX Cassurubá), limítrofe ao Parque Nacional Marinho dos Abrolhos (PARNAM Abrolhos), que caracterizam a área de estudo desta pesquisa, conforme observado na figura 1

Caminho metodológico
Marco temporal I
Marco temporal III
Considerações Finais
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