Abstract

Apesar dos avanços legais, verifica-se uma dificuldade das ações políticas em garantir a democratização do acesso e a permanência na escola de jovens autores de atos infracionais. As dificuldades escolares e a evasão são fenômenos comuns na vida de adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas e, parte significativa dessa população encontra-se fora das escolas. Por isso, o objeto este artigo consiste em compreender o significado que jovens em cumprimento da medida socioeducativa de Liberdade Assistida atribuem à escola e às suas vivências escolares, buscando identificar aspectos que facilitam ou dificultam sua permanência nesse espaço. O estudo de natureza qualitativa utilizou como instrumentos de coleta de dados entrevistas com seis colaboradores, observação participante e análise documental. A análise dos dados permitiu verificar que as trajetórias escolares dos participantes foram marcadas por constantes mudanças de escolas, expulsões e repetências, e que a escola possui para eles um significado ambíguo, pois ao mesmo tempo em que rotula e é palco de conflitos, favorece a sociabilidade e as relações de amizade. Os dados indicam que os jovens subvertem a lógica escolar, priorizando a sociabilidade em detrimento do ensino dos conteúdos oficiais. De forma geral, a narrativa dos jovens sobre a escola sinaliza que esse espaço é marcado por violência e movimentos de resistência contra as relações que os oprimem, mas também, por relações de sociabilidade entre amigos e professores.Palavras-chave: Educação escolar; jovem em conflito com a lei; significado da escola; processos educativos.Apoio: FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo)

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