Abstract
O texto discute a relação entre o oficial e o alternativo no discurso da Constituinte Escolar (1999-2000), promovida pelo governo do estado do Rio Grande do Sul (BR). Traz contribuições de pesquisadores em educação popular para interpelar os sujeitos (em particular os movimentos sociais populares e as instituições estatais) e discutir a metodologia utilizada neste processo de reformulação curricular. Enfatiza a importância da perspectiva complexa para se compreender os limites e as possibilidades de um processo oficial que pretende promover, paradoxalmente, a inserção dos movimentos sociais alternativos na formulação e no controle das diretrizes curriculares da escola pública.
Highlights
No debate que vimos desenvolvendo no grupo de trabalho educação popular da ANPEd, constatamos que a globalização representa uma palavra-chave de retóricas estratégicas, que constituem um meticuloso jogo político em que os discursos vão instituindo proposições quase unanimemente inquestionáveis
sejam incapazes de produzir
que constituem as diferentes formas
Summary
No debate que vimos desenvolvendo no grupo de trabalho educação popular da ANPEd, constatamos que a globalização representa uma palavra-chave de retóricas estratégicas, que constituem um meticuloso jogo político em que os discursos vão instituindo proposições quase unanimemente inquestionáveis. O paradoxo do hibridismo entre oficial e alternativo no discurso curricular não se resolve, pois, mediante a explicação apenas de suas distinções ou oposições, mas também mediante a explicitação de suas interconexões, ou seja, o desafio é o de focalizar simultaneamente a multiplicidade de ações, de finalidades, de interpretações, de lógicas e categorias de interpretação, desenvolvidas por diferentes sujeitos, em múltiplas relações que criam, sustentam e modificam múltiplos contextos sociais que configuram os sentidos de nossas ações. Mas os sentidos das ações que estes sujeitos constróem na prática escolar adquirem consistência também por seus diferentes vínculos sociais (a comunidades religiosas, sindicais, desportivas, de bairro etc.), por sua identificação com diferentes representações sociais (negro, de origem, homem, mulher, jovem, velho, portador de características particulares etc.), por suas opções (político-partidárias, familiares, sexuais, profissionais etc.). Tal complexidade subjetiva e coletiva precisa, pois, ser considerada para se compreender a intensidade dos significados desenvolvidos em um processo de reformulação curricular
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