Abstract
O presente artigo procura contribuir para o amplo debate acerca da percepção europeia sobre o Novo Mundo, no período compreendido entre as últimas décadas do século XVIII e as primeiras do século XIX, apontando as mudanças e as permanências que marcaram o alvorecer do Romantismo como movimento herdeiro e, ao mesmo tempo, crítico dos Iluminismos. Nessa esteira, verificam-se importantes ressignificações da percepção europeia sobre a paisagem do Novo Mundo, como também sobre os seus habitantes. Assim, as noções – pejorativas- de exotismo que acompanhavam as descrições europeias sobre o clima, a vegetação, a fauna, a flora e os povos americanos, passavam a ceder lugar, com o Romantismo, a impressões mais positivas, mais associadas a uma espécie de reconhecimento europeu da diferença, chancelando a autenticidade alheia. Não obstante, embora o olhar europeu para a paisagem do Novo Mundo tenha se ressignificado, no que tangia aos seus habitantes não-brancos – americanos e africanos – permaneciam nas entrelinhas dos elogios à virtuosidade do índio e à força física do negro – africano ou crioulo – arraigadas concepções racialistas, responsáveis por justificar biológica e psicologicamente a suposta inferioridade física e moral desses contingentes humanos. Por essa via, o artigo pretende enfatizar as múltiplas camadas discursivas que contribuíram para que o olhar europeu em relação à alteridade tenha sido forjado na chave de sua superioridade, sugerindo, assim, alargar o campo de discussão sobre o que se convencionou chamar racialismo.
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