Abstract

Resumo Este artigo analisa publicações da vertente Verde-amarela/Anta do modernismo paulista, entre os anos de 1926 e 1929, no jornal diário Correio Paulistano. Discute a hipótese de que as proposições de Cassiano Ricardo, Menotti Del Picchia, Plínio Salgado e demais participantes do grupo, para o estudo do Brasil e dos brasileiros, devem ser analisadas tendo em conta, além do discurso de valorização da intuição estética, seus diálogos com os ensaios de interpretação nacional na tradição brasileira e latino-americana, os quais os verde-amarelos teriam considerado como forma adequada de aproximação com o discurso científico sobre a realidade brasileira.

Highlights

  • The article analyzes authors of the group Verde-amarelo/Anta, a trend of paulista modernism

  • Considero nesta análise a importância de situarmos o modernismo de São Paulo no panorama das mudanças ocorridas no cenário intelectual brasileiro do início do século XX e de nos lembrarmos dos caminhos pelos quais se deu a institucionalização das ciências sociais em distintos contextos nacionais (Lepenies, 1996; Martins, 2003), considerando as tensões entre os literatos e os cientistas, que permearam o processo de especialização dos saberes no Brasil (Sá, 2006)

  • Dissertação (mestrado em filosofia) – Departamento de Filosofia, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1983

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Summary

Imaginação e realidade no pensamento brasileiro

Apesar de a intuição ter sido apontada pelos verde-amarelos como o caminho mais adequado para a interpretação do Brasil, a partir de 1926, o ensaio se firmaria cada vez mais como um caminho interpretativo que dava conta desse aspecto. Plínio Salgado apresentou a si e a Motta Filho como porta-vozes de “uma geração sacrificada”, que começou a exercer sua crítica sobre a República, notando “o contraste entre as realidades da Nação e o espírito que animava a sua Constituição e as suas leis” (Salgado, 1931: II), ao mesmo tempo que se familiarizavam com as realidades brasileiras estudadas pelas obras de Oliveira Vianna e Alberto Torres. Segundo Motta Filho, para Alberto Torres, o brasileiro estava acostumado à “força apaziguadora” da imaginação, costumava adiar a verdade e não conseguia impor sua personalidade nacional, por isso precisava urgentemente substituir a imaginação por uma visão da realidade brasileira (Ibidem: 28-29). Alberto Torres não aceitava o espírito catedrático europeu, observava e falava com consciência americana e brasileira, e “o que ele diz, na observação local dos problemas nacionais, está hoje generalizado e aceito pelas mais potentes autoridades sociológicas do mundo” (Ibidem: 48). Paulo Prado”, pois considerava o trabalho e a alegria do brasileiro (30 nov. 1928)

Um programa de estudos para a interpretação do Brasil
Considerações finais
Referências bibliográficas
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