Abstract

Este texto resulta da inventariação das séries documentais de cinco fundos depositados pela Misericórdia de Monforte no Arquivo Municipal daquela vila, em outubro de 2021, a saber: Misericórdia de Monforte; Misericórdia de Assumar; Comissão de Assistência do Concelho de Monforte; Comissão de Assistência aos Pobres de Monforte; Clube Artístico Monfortense. Tem como principal objetivo estabelecer um quadro de classificação orgânico-funcional harmonizado com o modelo sistémico e interativo preconizado por Armando Malheiro da Silva (Silva, 2004, pp. 55-84), Fernanda Ribeiro, Júlio Ramos e Manuel Luís Real (Silva et al., 1999). Assente no pressuposto de que famílias e outras entidades públicas e privadas são sistemas dinâmicos que geram, contextualizam e recebem informação, comunicada através de um suporte material, o modelo propõe levar a cabo uma pesquisa, que forneça informação rigorosa sobre a documentação acumulada, tomando como referência a metodologia avançada por Paul de Bruyne, Jacques Herman e Marc de Schoutheete (1974, como citado em Silva et al., 1999, pp. 220-224)[1]. O arquivista assume o papel do cientista que procura compreender e explicar o objeto informacional (o documento) em toda a sua complexidade. Não nos arvorámos a tamanho empreendimento, porque era impossível fazê-lo em tão curto espaço de tempo e em tão limitado número de páginas, face a tão grande volume documental. Fica, no entanto, um contributo para trabalhos futuros de classificação e descrição, e a reflexão sobre a adequação do modelo a quaisquer massas documentais, partindo de uma análise à organização interna dos produtores e às motivações geradoras da documentação.
  
 [1] O modelo sistémico e interativo resulta da aplicação de uma metodologia assente em quatro polos de análise de uma determinada realidade, destacando-se no polo teórico o “princípio da ação estruturante”, que é, no fundo, o conjunto de fatores que geram um Arquivo, a sua organização e função, e o da “integração dinâmica”, que consta das relações que o Arquivo experimenta com outros sistemas, influenciando-os e recebendo, ele próprio, os contributos daqueles (De Bruyne et al., 1974, como citado em Silva et al., 1999, pp. 220-224).

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