Abstract

O contexto de produção de pesquisas na pós-graduação stricto sensu Brasil afora tem chamado a atenção de pesquisadores e sido noticiado em mídias impressas que alertam sobre os efeitos produzidos nos corpos: estresse, depressão e ansiedade. Somadas a isso, a limitação dos prazos e a necessidade de publicação de artigos como atividade contínua em nome das boas avaliações e da justificação da concessão de bolsas de estudo e de outras condições mínimas para realização das pesquisas constituem um cenário em que a relação com a escrita passa a ser vivida como algo da ordem do impossível – nomeamos essa posição de escrita-em-dívida. A palavra dívida terá relação com um processo de medicalização em que uma posição normalizadora dá contorno e sentido ao existente. Abordaremos a escrita como território de enfrentamento à sensação do impraticável na produção acadêmica e apresentaremos um dispositivo utilizado com estudantes de pós-graduação em curso de Psicologia na relação escritura-pesquisa; a escrita de cartas em que se dá a experimentação de uma outra posição em relação àquilo que se escreve e às palavras elegidas. Os deslocamentos de pensamento operados no exercício da escrita endereçada permitem enfrentar o que impossibilita a formulação do texto, pois operam uma torção do autor em relação à própria produção.

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