Abstract

Os principais elementos considerados neste trabalho é a localização dos Guarani em um território transnacional que estão presentes em quatro países: Bolívia, Brasil, Paraguai e Argentina. Resultando disso, os Guarani trabalham com noções e conceitos próprios de fronteira. Além disso, exploraremos a concepção guarani sobre mobilidade pois, atualmente há uma profunda ligação da caminhada dos povos guarani rumo ao leste, com a formação das Terras Indígenas já existentes e com as que estão em formação. E finalmente abordaremos o conceito de Ñemosarambipa, que significa em Guarani, ‘esparramo`. Este conceito é utilizado pelos Guarani para explicar o processo de dispersão das aldeias e famílias extensas no momento em que ocorreu a implantação das fazendas de gado e correspondente perda da terra. Desta forma, compreendemos que o processo de expulsão e confinamento deixou como uma das consequências, o “esparramo” (ñemosarambipa), que significou a desintegração e desestruturação social dos Guarani em Mato Grosso do Sul.

Highlights

  • Uma das características principais dos Guarani é a sua mobilidade espacial

  • Guarani works with notions and concepts of border

  • We will explore the Guarani conception of mobility because currently there is a deep ligation of the Guarani people walked toward the East, with the formation of existing indigenous lands and those in training

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Summary

Cosmologia da Caminhada para os Guarani

Atualmente há uma profunda ligação da caminhada dos povos guarani rumo ao leste, com a formação das Terras Indígenas já existentes e com as que estão em formação. 113) considera que “os deslocamentos (movimentos) dos Guarani podem ser de naturezas e motivos diversos, mas não são antagônicos, podem ser complementares e suas causas podem estar interligadas”. Como relata um xamã mbya: “A gente está aqui na terra não para ficar quieto, mas para se movimentar” A forma de sua historicidade, e a rede dos significados da vida coletiva, são construídas na mobilidade, de maneira que os Mbyá mudam na persistência de seu estar em movimento. O movimento e sua produção no tempo/ espaço mítico podem ser considerados um princípio regulador e propriedade constitutiva da concepção do seu universo, dos mundos e do desenvolvimento da existência humana, permeando a trama das narrativas inaugurais, assim como é, em suas formas históricas de dinamismo, que a sociedade Mbyá e seus indivíduos se reconhecem e constroem sua presença no mundo. A autora sugere, ainda, que se relativize o tekoa enquanto uma categoria espacial e que se entenda a realização do teko enquanto algo que envolva certo grau de “diferenciação e individualização na vivência do próprio ‘costume’ e alterações constantes sobre o modo de vida” (PISSOLATO, 2007, p. 122)

Ñemosarambipa entre os Guarani e Kaiowá
Considerações finais
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