Abstract
Tomando por base a análise semiolinguística de Patrick Charaudeau, este artigo apresenta alguns conceitos-chave referentes à produção e à recepção do texto argumentativo numa perspectiva da análise do discurso, linha francesa. Para situar o leitor com relação às bases teóricas dessa área, o artigo discorre sobre a teoria da enunciação e o ato comunicativo, os participantes do discurso, a noção de gênero e script, e a argumentação. A seguir, ele ilustra estes e outros elementos cruciais para argumentação, tais como a polifonia, a adjetivação subjetiva, os operadores argumentativos, as marcas de pressuposição e o jogo dos implícitos em um texto escrito por um aluno de Letras (Português/Literaturas) em uma universidade federal no Rio de Janeiro. Por fim, ele conclui demonstrando a importância de familiarizar os alunos de Letras com os conceitos aqui trabalhados, visando à produção de textos argumentativos melhores.
Highlights
Based on Patrick Charaudeau’s semiolinguistics analysis, this article presents some key concept related to the production and reception of written discourse in the light of French discourse analysis
Ao associar o substantivo “governo” ao sintagma nominal “boas intenções”, o leitor pode antecipar a conclusão ou tese que virá no parágrafo seguinte, pois é de senso comum que essa fórmula é utilizada quando queremos dizer que o governo, mais uma vez, criou paliativos para os problemas sociais do país ao invés de propor soluções eficientes
Dessa forma, não é uma solução adequada, mas apenas imediata, ou pelo menos esperamos que seja
Summary
A Linguística pretendeu estudar a língua como um objeto abstrato, isolado de qualquer contexto de uso. O contexto estaria relegado a um papel periférico, fornecendo dados que permitissem desfazer as eventuais ambiguidades dos enunciados (cf MAINGUENEAU, 2004; PAULIUKONIS e GAVAZZI, 2003; KOCH, 2003). Adota-se a terminologia frase (sentença) para a unidade formal do sistema da língua, estruturada de acordo com os princípios da gramática e passível de um número ilimitado de realização, e o termo enunciado como uma unidade elementar da comunicação verbal — uma sequência dotada de sentido e sintaticamente completa no âmbito de um determinado gênero de discurso Essa abordagem entende que o significado do enunciado não jaz adormecido no texto, mas é coconstruído pelos participantes do ato comunicativo, num dado contexto e momento sócio-histórico, deixando de lado, assim, a questão do autor e do leitor externos ao texto, para tratar de um autor e de um leitor criados pelo discurso. Para que possamos elaborar o discurso escrito de forma que este seja compreendido pela comunidade discursiva, faz-se necessário conhecer melhor o papel dos participantes da enunciação e das competências necessárias para construção do sentido a partir do texto
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