Abstract

Compararam-se os efeitos da ventilação espontânea (V E) e controlada (V C) em equinos submetidos à mudança de decúbito durante anestesia. Dezesseis animais foram equitativamente divididos em dois grupos: V E e V C. Os procedimentos cirúrgicos foram iniciados com os animais em decúbito lateral esquerdo (DLE) e, após 75 minutos, os animais foram reposicionados em decúbito lateral direito (DLD). Análises hemogasométricas do sangue arterial foram realizadas após 30 e 75 minutos com os animais posicionados em cada decúbito (M1 e M2 no DLE e M3 e M4 no DLD, respectivamente). Durante a V E, observaram-se hipercapnia (PaCO2 >45mmHg), acidose respiratória (pH <7,35), redução significativa da oxigenação sanguínea após 75min da mudança de decúbito (M4: 205,8±124,7mmHg) em relação aos valores de PaO2 observados antes da mudança de posicionamento (M1: 271,8±84,8mmHg). A Vc foi associada a valores de PaCO2 e pH mais próximos da normalidade bem como resultou em valores de PaO2 significativamente maiores (52 a 96% de elevação nos valores médios) que a V E. Conclui-se que a mudança de decúbito, em equinos anestesiados com halotano e mantidos sob V E, resulta em hipercapnia, acidose respiratória e diminuição dos valores de PaO2. A instituição de V C, desde o início da anestesia, previne a acidose respiratória, além de resultar em valores de PaO2 mais próximos do ideal para animais respirando O2 a 100%.

Highlights

  • Em equinos conscientes em posição quadrupedal, observa-se que as trocas gasosas pulmonares ocorrem de forma adequada, resultando em manutenção dos níveis normais de dióxido de carbono (PaCO2) e oxigênio (PaO2) no sangue arterial

  • Com o emprego da ventilação controlada, os valores de PaO2 elevaram-se significativamente em relação aos do grupo ventilação espontânea (VE) em todos os momentos, aproximando-se dos considerados ideais para animais que respiravam O2 a 100% (500mmHg)

  • De acordo com Wagner et al (1990) e Khanna et al (1995), a hipercapnia, desde que moderada - elevação na PaCO2 entre 45 a 70mmHg, não é considerada indesejável, pois resulta em maior estimulação cardiovascular devido à liberação de catecolaminas endógenas

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MATERIAL E MÉTODOS

A pesquisa foi aprovada pela Câmara de Ética em Experimentação Animal da FMVZ da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Botucatu, SP (Protocolo n 124). Todos os animais foram submetidos, por indicação clínica, a procedimentos cirúrgicos em que a mudança de decúbito fosse necessária - ostectomia do II e IV metacarpianos (n=12) ou neurectomia digital palmar bilateral (n=4)]. Nos equinos submetidos à ostectomia bilateral dos metacarpianos II e IV, foi realizado o bloqueio de quatro pontos – nervo palmar medial e lateral e nervo metacarpiano medial e lateral – com 3mL de lidocaína a 2% sem vasoconstritor em cada ponto. Nos submetidos à neurectomia digital palmar, utilizou-se o bloqueio dos nervos palmares lateral e medial na altura dos ossos sesamoides abaxiais, em ambos os membros torácicos, com 3mL de lidocaína a 2% sem vasoconstritor em cada nervo. Após verificação da normalidade da distribuição dos dados paramétricos, os resultados foram submetidos à análise de variância, seguido pelo teste Tukey para comparações dentro de cada grupo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Frequência respiratória
Variável Grupo
Findings
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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