Abstract

Este estudo multicêntrico teve por objetivo comparar os efeitos de dois esquemas posológicos no perfil de tolerabilidade do tramadol de liberação prolongada em pacientes com dor crônica não-oncológica. A casuística envolveu 189 pacientes com idade entre 14 e 75 anos, divididos em 2 grupos aleatoriamente: grupo A com 96 e o grupo B com 93 pacientes que receberam a medicação do estudo por 15 dias. O grupo A utilizou uma dose inicial de tramadol de liberação prolongada de 50mg a cada 12 horas por 3 a 7 dias, passando para uma dose de manutenção de 100mg a cada 12 horas até o 15º dia. O grupo B fez uso de uma dose padronizada de 100mg a cada 12 horas de tramadol de liberação prolongada durante os 15 dias do estudo. Os aspectos analisados foram o tipo de dor crônica não-oncológica, a intensidade da dor através da escala visual analógica, a aderência ao tratamento prescrito, a necessidade do uso da medicação de resgate, os efeitos adversos, a avaliação global da eficácia pelo médico e pelo paciente, bem como a tolerabilidade global na opinião do médico e do paciente. A dor de origem músculo-esquelética, definida como dor muscular com suas inserções no osso, foi a mais freqüente com 45,8% dos casos no grupo A, enquanto a dor osteoarticular foi a mais observada no grupo B (47,3%). Verificou-se uma melhora altamente significante tanto intra grupos como entre grupos, quanto à intensidade da dor, com redução de 67% em ambos os grupos. No grupo A, 77,1% dos pacientes cumpriram adequadamente o tratamento prescrito e no grupo B, a proporção foi de 75,3%, não havendo diferença estatisticamente significativa entre os grupos. Os grupos foram semelhantes entre si quanto à utilização da medicação de resgate, onde apenas 9,7% dos pacientes do grupo A e 15,1% do grupo B necessitaram-na durante o período do estudo. Não houve diferença significante na freqüência de eventos adversos nos dois grupos ( 30,2% e 36,6% respectivamente). Nos pacientes cuja dose final foi de 200mg/dia, a avaliação global da eficácia foi considerada boa e excelente pelos investigadores no grupo A em 86,7% dos pacientes e no grupo B o resultado foi de 78,8%. Os pacientes do grupo A consideraram a avaliação global da eficácia como boa e excelente em 88,9% e no grupo B 78,8%. A tolerabilidade da droga foi considerada entre boa e excelente pelos investigadores no grupo A em 86% e no grupo B o resultado foi de 77,2%. Os pacientes consideraram a tolerabilidade da droga como boa e excelente no grupo A em 77,4% e no grupo B o resultado foi de 71,5%. Em conclusão, os dois grupos de tratamento foram estatisticamente semelhantes em relação a todos os parâmetros estudados, com exceção da intensidade da dor, a qual foi inicialmente maior no grupo B, sendo equivalente em ambos os grupos ao final do estudo. Houve uma tendência favorável, porém não significante, ao esquema terapêutico de titulação de doses.

Highlights

  • Patients seeking medical services due to painful symptoms represent 10 to 50% of all medical visits . [19] Between 30 and 60% of painful manifestations in adults occur in the chronic form, impairing the functional and labor performance, to some extent, not to mention the decline in quality of life and the social and economical impact caused by such manifestations [2]

  • Ninety-six of the 189 patients included in this study were assigned to Group A and 93 to Group B. 116 patients completed the study on the dose regimen established as per the protocol and were statistically analyzed as a per protocol (PP) population

  • Patients who did not complete the study because of drug-related adverse events were taken into account in the total number of cases in the statistical evaluation (PP)

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Summary

Introduction

Patients seeking medical services due to painful symptoms represent 10 to 50% of all medical visits . [19] Between 30 and 60% of painful manifestations in adults occur in the chronic form, impairing the functional and labor performance, to some extent, not to mention the decline in quality of life and the social and economical impact caused by such manifestations [2]. Pain has been understood as a severe public health problem and, as such, has deserved the efforts of medical experts and authorities in many countries. The same occurred with the myth, deeply rooted among physicians and among other health professionals, that patients with intense pains, those whose pains are not related to cancers, should not receive morphine-based prescriptions, at the risk of being converted into drug addicts . [2,4,7,16] Drugs such as methadone, levorphanol and tramadol are considered wide-spectrum morphinics, since their actions are beneficial to patients with mixed painful syndromes such as is the case with cancer patients, or even to patients with nondores de síndromes dolorosas mistas, tais como nos cancerosos e mesmo dores crônicas não-oncológicas do tipo neuropáticas de grande intensidade[12]. O tramadol tem sido prescrito com freqüência para portadores de dores crônicas de origem não-oncológica e muitos trabalhos têm sido publicados na literatura internacional demonstrando a eficácia e segurança desta droga . [1,3,5,6,8,10,11,17,18]

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