Abstract

A depressão é um dos transtornos psiquiátricos mais comuns, tendo em vista a alta incidência nesta década, nota-se um predomínio maior de ocorrência em mulheres, destacando o transtorno depressivo maior na gestação. Quando diagnosticada, o tratamento é de acordo o nível da doença, e se tratando de nível moderado a grave inicia-se o tratamento farmacológico com antidepressivos. Os medicamentos mais prescritos são os inibidores seletivos da receptação de Serotonina (ISRS), que tornaram-se fármacos de primeira escolha pela maior segurança em relação aos demais. Entretanto, o tratamento com os ISRS durante a gestação tem implicado em efeitos indesejáveis nos fetos e neonatos. Portanto, o objetivo deste trabalho foi investigar os efeitos adversos sobre o feto/neonatais de gestantes depressivas que passaram por terapêutica com ISRS. Este estudo caracterizou-se em uma revisão crítica, sendo utilizados os bancos de dados da Pubmed/MEDLINE, Scopus e Web of Science, sendo incluídos 35 artigos. Após análise dos estudos, foi constatado que a terapia com ISRS na depressão gestacional aumenta os riscos no feto e neonatos para defeitos congênitos, como: má formação cardíaca, abstinência neonatal, hipertensão pulmonar persistente e possível associação com transtorno do espectro do autismo. Assim, baseado nas evidências científicas o protocolo medicamentoso com ISRS gera efeitos nocivos a criança, no entanto muitas vezes o seu uso na gestação é inevitável. Dessa forma, em situações em que é necessário usar ISRS, a decisão de tal conduta terapêutica deve ser avaliada analisando os riscos da depressão não tratada e a relação risco/benefício do uso dos medicamentos.

Highlights

  • Considerando a ocorrência de vários casos de depressão na gestação, é de grande relevância a identificação dos possíveis riscos que a terapêutica medicamentosa com inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) expõe o feto e neonato, uma vez que essa classe é considerada como primeira linha de escolha na intervenção farmacológica, levando em consideração que o assunto é bastante abordado, pouco pesquisado e gera muitas dúvidas, parece oportuno analisar as pesquisas já existentes, investigando e esclarecendo os fatores relacionados ao tratamento e os riscos que o bebe está sendo exposto quando a gestante adere essa medicação

  • Como critérios de exclusão: artigos não disponíveis na íntegra no momento da pesquisa e que não apresentassem abordagem do tema no contexto de terapêutica da depressão gestacional com ISRSs e desfechos relacionados aos efeitos sobre feto e neonatais

  • Quanto o efeito da associação possível com o transtorno do espectro do autismo (TEA), Man et al 26, em sua revisão sistemática e meta-análise, concluíram que há apoio na literatura sobre um risco aumentado de autismo após a exposição prénatal aos ISRS

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Summary

Introduction

Pesquisas recentes têm focado também nos riscos que o tratamento com psicofármacos para essa patologia pode ocasionar não só à saúde da mãe, mas também ao desenvolvimento do feto, já que esses medicamentos atravessam a placenta facilmente (Alwa et al, 2016). Considerando a ocorrência de vários casos de depressão na gestação, é de grande relevância a identificação dos possíveis riscos que a terapêutica medicamentosa com ISRS expõe o feto e neonato, uma vez que essa classe é considerada como primeira linha de escolha na intervenção farmacológica, levando em consideração que o assunto é bastante abordado, pouco pesquisado e gera muitas dúvidas, parece oportuno analisar as pesquisas já existentes, investigando e esclarecendo os fatores relacionados ao tratamento e os riscos que o bebe está sendo exposto quando a gestante adere essa medicação.

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