Abstract
Este artigo tem como objectivo apresentar a relação das crianças e adolescentes brasileiros em situação de rua com a escola, como um espaço de educação social. São apresentadas as modificações que ocorreram no sistema escolar público no Brasil, ao longo do século XX, e as repercussões nas vidas destas crianças até a atualidade. A escola e as necessidades da sua população-alvo mostraram-se discordantes. São apresentados estudos brasileiros que mostraram como a importância da escola foi reconhecida formalmente, contudo quem não tira dela benefício direto? Por esse motivo a frequência escolar acaba por ser trocada por actividades asseguradoras das suas necessidades primárias. Além disso, foi também mencionada por estes estudos a dificuldade de integração de crianças em situação de risco social e pessoal na comunidade escolar tradicional. É neste contexto que aparece no sistema de ensino brasileiro a “escola aberta”, com um sistema de ensino flexível adaptado à rotina e às necessidades da criança que vive na rua. Estas escolas têm como objectivo a transição dos seus estudantes para o sistema formal de ensino. A escola deve ser considerada como um espaço de desenvolvimento, no qual seja conciliado o lúdico e o pedagógico. Já que as crianças esperam mais da escola do que apenas adquirir conhecimentos, é necessário que esta as encare como seres de direitos inseridos ecologicamente num contexto de desenvolvimento. Os vários elementos deste contexto escolar devem integrar a transformação e a aprendizagem.
Highlights
Vender pequenos objetos, ajudar em casa, ajudar o pai Atividades durante no trabalho, fazer artesanato, engraxar sapatos e ajudar carregadores na o dia rua
Curso de Pós-graduação em Psicologia, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba
Summary
Eva Diniz Bensaja dei Schirò, Silvia Helena Koller2 & Simone dos Santos Paludo. Este artigo tem como objectivo apresentar a relação das crianças e adolescentes brasileiros em situação de rua com a escola, como um espaço de educação social. Dados sobre as experiências de crianças em situação de rua, enfatizando aspectos familiares, escolares e cotidianos, como os apresentados na Tabela 1 (reproduzido de Koller, 2001), deveriam ser conhecidos para servirem de subsídio a programas de intervenção, para a manutenção da criança na escola e a prevenção dos chamados evasão e fracasso escolar. Tal cenário sobre a relação das crianças com os sistemas familiar e escolar já revelava-se bastante preocupante na época, e o passar de vários anos (1992 a 1998) não pareceu ter melhorado as condições de escolaridade, preparação para o trabalho ou assistência social às famílias e às próprias crianças, que continuam nos dias atuais migrando para a rua ou fazendo uso dela para sobreviverem, afastando-se cada vez mais do ambiente escolar. Apresentação de aspectos gerais que caracterizam a experiência de vida de crianças em situação de rua (1992-1998)
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