Abstract
Dentro da temática das relações entre educação, desigualdades sociais e pobreza, a finalidade do artigo é apresentar o desenho e os desafios metodológicos de uma pesquisa em desenvolvimento sobre os percursos escolares de estudantes vinculados ao Programa Bolsa Família (PBF), nos estados do Ceará e do Paraná. A pesquisa centra-se em uma coorte de estudantes que nasceram em 2002 e que são acompanhados por um período de 3 anos (2015 a 2017). Trata-se de uma pesquisa de caráter quantitativo, com análise transversal e longitudinal, realizada de modo interinstitucional e interdisciplinar. Nesta etapa, ela se vale de um banco de dados criado a partir do Sistema de Acompanhamento da Frequência Escolar do Programa Bolsa Família (Sistema Presença). Ao cotejar elementos teóricos e metodológicos, introduz problemas e mobiliza estratégias possíveis para o tratamento das informações, que possuem potencial de explicação da realidade analisada.
Highlights
Tabela 1 - Total de estudantes vinculados ao Programa Bolsa Família, Brasil, 2015
Caso uma família tenha sido advertida, em março de 2014, e venha a incorrer em um novo descumprimento, em período inferior ou igual a seis meses, o efeito progride para bloqueio
Como a pesquisa pretende acompanhar a trajetória dos estudantes vinculados ao Programa Bolsa Família (PBF) ao longo dos três anos analisados, foram selecionadas inicialmente duas variáveis diretamente relacionadas à vida escolar: a série em que os estudantes estão matriculados e a situação do aluno em relação ao vínculo escolar
Summary
No Brasil é notório famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza enfrentarem dificuldades para que seus filhos tenham acesso à escola e nela permaneçam até concluir a Educação Básica; por isso, é fundamental à ciência olhar para os estudantes e as políticas educacionais. Para a realização de tal pesquisa toma-se como ponto de partida a ideia de trajetórias escolares, ou seja, o acompanhamento dos estudantes em situação de pobreza por meio da utilização de dados referentes aos estudantes vinculados ao Programa Bolsa Família (PBF) e posteriormente o seu cotejamento com dados das escolas brasileiras. No Brasil, alegando ação estratégica para o cumprimento do desígnio constitucional de “erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais” (BRASIL, 1988, Art. 3o, II), em 2004, o governo instaurou com o PBF uma estratégia política pública de transferência de renda direta condicionada que resultou em notável redução dos índices que o poder público define como pobreza no país. Esta dinâmica possibilita ao poder público identificar os casos de não cumprimento, e traçar ações para o acompanhamento dessas famílias
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