Abstract

A educação primária no Brasil, em seu nascedouro no século XIX, foi concebida como uma atividade feminina. Em relação às creches e pré-escolas estabeleceu-se uma associação entre a identidade do profissional de Educação Infantil e a maternidade. O objetivo da investigação ora apresentada é analisar como práticas de cuidado comuns à lida com crianças pequenas, associadas a um papel materno, repercutem sobre o ofício de professoras de Educação Infantil. A Clínica da Atividade foi tomada como referencial teórico. Realizou-se um estudo de caso a partir de dados provenientes de uma intervenção da qual participaram seis professoras que atuavam em um Centro de Educação Infantil. Os registros produzidos durante a intervenção foram submetidos à análise contrustritivo-interpretativa. Os resultados indicaram que as docentes de Educação Infantil, a partir da relação afetiva estabelecida com os alunos, parecem recuperar a autoridade que se deteriora com a violência que atinge a escola em outros níveis de ensino. Quanto à referência materna, esta se transforma em saber docente construído por um aprendizado cotidiano junto às crianças e incorpora-se à cultura profissional.

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