Abstract

Este artigo tem como objetivo apresentar algumas questões sobre a relação entre políticas públicas e a educação no enfrentamento de múltiplas formas de discriminação e preconceito, particularmente, nas temáticas de gênero e raça na sociedade brasileira. Respirando ares de relativa democracia no decênio 1980-1990 o Brasil e o mundo se permitiram processos de aberturas culminando na derrubada de alguns muros, contestação de injustiças, até mesmo correção de certas desigualdades. Para tanto, partindo de questões de natureza legal estabelecemos um diálogo com importantes referências teóricas sobre temáticas de gênero e raça, como: Francisco Bethencourt (2018); Nilma Gomes (2008); Fúlvia Rosemberg (2018); Nancy Fraser (2009), refletindo sobre ações afirmativas, políticas de combate à desigualdade e a opressão das minorias destacando lutas e mudanças ocorridas em longo prazo. Avalia-se que a reflexão aqui proposta tenha o poder de fazer com que possamos nos repensar diante nossa formação colonial eurocêntrica, e possamos cada vez mais assumirmos nossas características multiculturais. Distintamente da proposta de harmonia social, mestiçagem ou democracia racial, a perspectiva multicultural assumiria os conflitos e assimetrias de poder presentes no momento da formação cultural nacional. Recebido: 15/07/2020Aceito: 14/09/2020

Highlights

  • O espaço escolar tem sido marcado nos anos 1980 e 1990 por intensos debates sobre as transformações sociais e culturais, bem como seu papel nesse processo de transformação e promoção de cidadania

  • A Constituição Federal de 1988 demarcou novos cenários políticos e os movimentos sociais conquistaram e ocuparam novos espaços, reivindicando o reconhecimento e o respeito às diversidades

  • Expandindo o debate sobe o papel da educação em todas as suas esferas e abrindo novos espaços para o combate a intolerância racial e de gênero

Read more

Summary

POLÍTICAS EDUCACIONAIS E GÊNERO

A educação das mulheres no Brasil historicamente está atrelada às condições estruturais que envolveram o país nas diferentes temporalidades. Assim como a educação das mulheres, a condição social do negro no Brasil também esteve ligada aos interesses econômicos e políticos hegemônicos que permearam o país nas diferentes temporalidades de nossa história. O estudo sobre a história da educação do negro no Brasil, foi marcado por duas perversas circunstâncias com as quais Movimento Negro Unificado-MNU vem lutando desde a década de 1970, mas que são frutos de raízes históricas: o abandono e a exclusão educacional. A legislação específica e a incorporação da História e cultura da África e cultura Afro-brasileira no currículo é um ponto de partida, mas precisamos continuar o debate e intensificar as ações de combate ao preconceito racial em âmbito escolar, para que as futuras gerações possam desenvolver uma forma de consciência histórica crítica diante a desigualdade e as injustiças sociais. Ações propositivas têm contribuído para o avanço de uma educação mais plural com destaque para projetos veiculados a Educação para as Relações Étnico-Raciais-ERER

CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Full Text
Paper version not known

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call

Disclaimer: All third-party content on this website/platform is and will remain the property of their respective owners and is provided on "as is" basis without any warranties, express or implied. Use of third-party content does not indicate any affiliation, sponsorship with or endorsement by them. Any references to third-party content is to identify the corresponding services and shall be considered fair use under The CopyrightLaw.