Abstract
O presente estudo teve como objetivo contribuir para o desenvolvimento de uma abordagem quantitativa de análise de edições, aqui chamada de editometria, tomando como objeto de estudo oito edições (1614, 1678, 1711, 1829, 1952-53, 2010, 1984 e 1998) da obra quinhentista Peregrinação, de Fernão Mendes Pinto, e enfocando especificamente as conjecturas realizadas pelos editores. Testou-se a hipótese de que o progresso da crítica textual do séc. XVII (época da edição princeps) para o séc. XXI (época presente) impactou nas edições de Peregrinação na forma de redução da prática de conjectura. A hipótese foi confirmada, uma vez que o número de conjecturas na amostra analisada é maior na edição inicial, de 1678, do que na edição final, de 2010. Constatou-se, porém, que há um descompasso entre os padrões em que os erros ocorrem e os em que as conjecturas são feitas, com especial referência aos casos de erro por omissão/conjectura por adição e erro/conjectura por substituição.
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