Abstract

O presente artigo tem como objetivo mostrar que as obras literárias regionalistas do escritor brasileiro Bernardo Joaquim da Silva Guimarães podem ser consideradas como fontes para estudos sobre a economia e a sociedade do hinterland central do Brasil no contexto da decadência da atividade de mineração do século XIX. Nelas, pode-se encontrar, por exemplo, a descrição da pobreza, escravidão e outros aspectos econômicos e sociais decorrentes do fim do ciclo da mineração, particularmente na Província de Minas Gerais, na região conhecida como Triângulo Mineiro e alto do Paranaíba, e Sul da Província de Goiás. Na pesquisa, foram considerados os romances O Garimpeiro (2015), O Ermitão de Muquém (1958) e O Índio Afonso (1900) e os contos A Dança dos Ossos (2006a) e Uma História de Quilombolas (2006b). O artigo busca ainda contribuir para a relação entre a literatura e a história econômica que pode ser lida em inúmeras obras de autores brasileiros.

Highlights

  • Este artigo tem como objetivo mostrar que as obras de Bernardo Guimarães descrevem estruturas econômicas e sociais das províncias de Minas Gerais e Goiás no contexto da decadência da atividade de mineração no século XIX, colocando-as como fonte para estudos sobre a histórica econômica do Brasil

  • Inúmeros aspectos de sua biografia permitem atestar seu conhecimento acerca das regiões que descreve nos contos e romances.[2]

  • Histórico Recebido em: 20/02/2019 Revisões requeridas em: 15/07/2019 Aprovado em: 25/07/2019

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Summary

Economia e Sociedade no Interior de Goiás

As consequências da decadência da atividade mineradora não ficaram restritas a Minas Gerais. O conto trata das aventuras de Anselmo, que vê sua noiva Florinda ser sequestrada por Mateus, um escravo mestiço que foge do cativeiro na fazenda e vai para o Quilombo de Zambi Casagrande, no sertão mineiro próximo da cidade de Vila Rica.[12] Florinda, mestiça, era filha de uma escrava e protegida do fazendeiro, denominado de Capitão (conhecido apenas pelo título, como o Major de O Garimpeiro). Mas havia também o comércio legal: Os quilombos tinham de feito intermediários que especulavam com eles, e por meio dos quais faziam grandes transações de compra e venda, e esses intermediários, não poucas vezes, eram pessoas que gozavam de vantajosa posição na sociedade” Bernardo Guimarães se revela otimista em relação à cooperação entre quilombolas e “outras sociedades” do interior do país, destacando de forma simbólica sua posição abolicionista

Considerações finais
NOTAS DE AUTORIA
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