Abstract

Objetivamos com o presente artigo trazer alguns argumentos e contribuições teóricas que sustentam a pertinência da articulação entre a denominada educação ambiental crítica e o movimento de justiça ambiental, em decorrência da aproximação no modo como definem as causas da crise atual, estabelecem estratégias de luta social e defendem o projeto societário anticapitalista. Essa articulação não só é oportuna para os processos de superação das relações sociais alienadas destrutivas da natureza, mas também reforça uma perspectiva da ecologia política, para a qual as determinações são materiais e de classe. Nos três movimentos - educação ambiental crítica, justiça ambiental e ecologia política - ocorre um processo argumentativo contínuo de ressignificação ideológica da questão ambiental, agindo como contraponto das interpretações hegemônicas do senso comum acerca do fenômeno socioambiental. Todos possuem elementos em comum que conformam o amálgama mediante o qual se pode efetuar a crítica e operar politicamente a favor da transformação social.

Highlights

  • The purpose of this article is to raise a few arguments and make theoretical contributions to support the pertinence of the link between the so-called critical environmental education and the environmental justice movement due to the approach in how they define the causes of the current crisis, establish social struggle strategies, and defend the anti-capitalistic corporate project

  • Longe de defendermos uma educação ambiental única em seu entendimento de mundo e forma de agir, partimos do pressuposto de que Ecologia política, justiça e educação ambiental crítica: perspectivas de aliança contra-hegemônica 55 sua natureza conflitiva, na diversidade e na disputa de concepções e espaços na sociedade, fortalece-a e a legitima nas institucionalidades acadêmicas, nas políticas públicas e nos movimentos sociais que buscam a garantia de direitos, a afirmação das diferenças, a superação das desigualdades de classe e a construção de outro patamar societário

  • Educação ambiental em escolas próximas ao pólo industrial de Campos Elíseos: a influência do contexto industrial e do risco

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Summary

Ecologia política

A ecologia política tem sua origem nos anos 1960, e se refere, como objeto de estudo, à compreensão de que agentes sociais com diferentes e desiguais níveis de poder e interesses diversos demandam, na produção de suas existências, recursos naturais em um contexto ecológico, disputando-os e compartilhando-os. O diferencial da ecologia política em relação à economia política, portanto, não está na aceitação da natureza como condição para a produção, pois isso é inerente a qualquer análise econômica, mas no modo como ela é qualificada. Aqui é possível pensar a linguagem e a comunicação como processo autônomo da atividade práxica e do trabalho, ou mesmo a necessidade de reconhecimento do outro como uma exigência ética e genética não determinada pelas relações reificadas do modo de produção capitalista. Essa linha argumentativa da ecologia política crítica e marxista é importante para as ações em educação ambiental, pois evita que caiamos na armadilha do discurso abstrato que coloca na espécie humana uma ruindade ou uma bondade inerente, ou que culpabiliza os comportamentos individuais, como se os indivíduos interagissem com o planeta sem mediações sociais, sem ser parte de uma sociedade, que é também produzida por esses indivíduos. O que reivindica para o indivíduo não é a pura diferença (que fragmenta), mas a sua particularidade (que une, porque expressa a sua diferença no identitário, na genericidade) (Freitas, 2005, p. 79)

Os movimentos sociais e as lutas ambientais
Justiça ambiental
Considerações finais
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