Abstract

O movimento de ecovilas representa uma alternativa de organização social de baixo impacto sobre os componentes naturais e de novos valores condizentes com o bem-estar de vida social. O movimento ecofeminista, por sua vez, sustenta que a defesa do meio ambiente constitui parte essencial do movimento feminista. Esta pesquisa investiga se, na organização e dinâmica da ecovila, os princípios do ecofeminismo estão presentes e se contribuem para a sustentabilidade ambiental da comunidade nas dimensões social, econômica e dos componentes naturais. Para efetuar esta avaliação, tomou-se como base empírica a Ecovila de Piracanga, localizada no município de Maraú, litoral sul da Bahia, Brasil. Os resultados sustentam o pressuposto de que o ecofeminismo tem estreita relação com a sustentabilidade do meio ambiente, em nível local, e apontam para a possibilidade de soluções inovadoras no relacionamento entre sociedade e natureza

Highlights

  • Resumo: O movimento de ecovilas representa uma alternativa de organização social de baixo impacto sobre os componentes naturais e de novos valores condizentes com o bem-estar de vida social

  • Surgiram também as primeiras manifestações do movimento feminista em defesa do meio ambiente

  • O ponto de partida para analisar a relação entre ecofeminismo e a sustentabilidade ambiental de comunidades nasce do pressuposto de que a existência de práticas sustentáveis está na base da organização e da dinâmica da ecovila, e do pressuposto de que os princípios que norteiam as ações do movimento ecofeminista estão em estreita sintonia com a sustentabilidade do meio ambiente

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Summary

Introdução

O discurso da sustentabilidade do meio ambiente tem se tornado hegemônico, permeando desde mentes altruístas em defesa da conservação da natureza e da melhoria das condições de vida humana até aquelas que se utilizam desse mesmo discurso para se mostrarem simpáticas à opinião pública e, dessa forma, tirar proveitos próprios. A relação entre ciência, mulher e natureza estaria entre as primeiras preocupações do movimento ecofeminista.[5] Destaca-se no movimento[6] que ecologia é um assunto feminista, mas que as semelhanças entre feminismo e ecologia têm sido esquecidas pela ciência ecológica, e essa vertente do movimento feminista, unindo o movimento das mulheres com o movimento ecológico, traz uma nova visão de mundo, desvinculada da concepção socioeconômica e de dominação. Segundo Sandra Garcia, “a dicotomia cultura/ natureza não é universal, e nem há uma uniformidade de significados atribuídos à natureza, à cultura, ao masculino e ao feminino.”[21] Catriona Sandilands[22] argumenta que o foco do ecofeminismo não está na identidade mulher-natureza, mas na relação democrática entre gênero e natureza. Tal avaliação pode ser implementada mediante a identificação de indicadores que representem valores defendidos pelo ecofeminismo, associados com indicadores que representem a sustentabilidade ambiental da comunidade

Fundamentação Teórica
Procedimentos metodológicos
Caracterização das atividades na comunidade
A presença do ecofeminismo na organização social da comunidade
A sustentabilidade ambiental da comunidade
Relação entre ecofeminismo e sustentabilidade ambiental na comunidade
Findings
Conclusão
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