Abstract

Frente à ausência de uma política nacional de combate à pandemia de covid-19 foram sendo articuladas, nas periferias brasileiras, campanhas de solidariedade popular, a partir de redes que desde há muito combinam formas de cuidado e por meio de um modo de vida baseado na convivialidade e na consubstancialidade. Essas campanhas entendem a vida e a sobrevivência como indissociáveis: manter-se vivo, nessa conjuntura, é se alimentar bem, cuidar da saúde, cuidar de si e do outro e viver na luta em comunidade – driblando o confinamento à precariedade que o desmonte do Sistema Único de Saúde (SUS) produz. A partir da história e da experiência dos agentes populares de saúde de uma campanha de solidariedade, proponho reconhecer um vínculo entre convivialidade, consubstancialidade e a brincadeira com a legibilidade estatal por meio do cuidado, a partir do que os militantes reivindicam como saúde popular. Como a pesquisa se deu com ativistas envolvidos em distintos territórios nacionais em torno da campanha e em distintas instâncias organizativas, o método encontrado para torná-la inteligível à leitora foi uma experimentação etnográfica criando uma família composta pelas muitas famílias e pelos muitos ativistas com os quais conversei ao longo de 2020 e 2021.

Full Text
Paper version not known

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call

Disclaimer: All third-party content on this website/platform is and will remain the property of their respective owners and is provided on "as is" basis without any warranties, express or implied. Use of third-party content does not indicate any affiliation, sponsorship with or endorsement by them. Any references to third-party content is to identify the corresponding services and shall be considered fair use under The CopyrightLaw.