Abstract

Resumo: O artigo se insere nos debates sobre a memória do colonialismo português, analisando-a a partir da Interseccionalidade entre Gênero, Raça e Sexualidade. São investigadas as narrativas em torno do Corpo Colonial dos Museus dos Descobrimentos Portugueses, a fim de perceber em que (des)(re)constroem discursos das Exposições do Império Português. A metodologia segue uma inspiração na analítica foucaultiana dos discursos: a arque-genealogia. Como técnicas de pesquisa, são utilizadas: observação direta e entrevistas, no caso dos Museus; e a análise documental histórica em fontes secundárias, no caso das Exposições. As conclusões apontam que há uma tentativa de deslocamento discursivo por parte dos Museus, os quais buscam dissociar Descobrimentos e Colonização. No entanto, há elementos discursivos que se repetem, como a nudez e o exotismo, reconstruindo a Colonialidade dos Corpos de origem não europeia.

Highlights

  • From the Museums of the Discoveries to the Exhibitions of the Empire: The Colonial Body in Portugal Abstract: This paper is inserted in the current debates on the memory of Portuguese colonialism

  • The focus is on the narratives around the Colonial Body present in the Portuguese Discoveries Museums and the Exhibitions of the Portuguese Empire

  • The methodology follows an inspiration in the Michel Foucault analysis of the discourses

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Summary

A Arque-genealogia: discursos e poder

Como Pierre Bourdieu e Michel Foucault, levaram a compreensão da violência e do poder a dimensões subjetivas, demonstrando sua profundidade. O autor não desenvolveu uma perspectiva interseccionada entre estas relações de saber-poder: raça-gênero-sexualidade. A autora demonstra que o corpo não é anterior ao discurso sobre o corpo; o corpo é uma construção cultural, permeada de relações de poder, limitada pelos marcadores sexuais (também construídos) como corpo feminino e masculino. O que os/as diferentes autores/as citados/as demonstram é que raça, gênero e corpo (ser homem/ser mulher, ser negro/ser branco) são construções sociais, discursivas e performáticas, cujas existências ocorrem em meio a relações de poder – não são definições meramente biológicas. Esta discussão teórica irá contribuir para a análise sobre como as Exposições do Império Português e os Museus dos Descobrimentos constroem discursivamente os corpos, em articulações de raça e gênero. Buscar-se-á perceber como o corpo aparece nessas narrativas

Os Museus na construção de uma ordem discursiva
Museu dos Descobrimentos de Belmonte
Museu e Parque Temático dos Descobrimentos do Porto
O Luso-Tropicalismo e o corpo colonial nas exposições do Império Português
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