Abstract

O presente artigo se propõe a problematizar historicamente a experiência dos trabalhadores que estiveram empregados em açougues e fabriquetas em Cascavel-PR e no Oeste do Paraná nos últimos 50 anos. Problematizando entrevistas orais realizadas com trabalhadores ocupados na produção de carne e reportagens publicadas na imprensa local, pretendemos abordar conflitos e tensões entre distintas formas de produção de carne que atravessam o processo de expansão da indústria frigorífica na região entre 1960 e 2015. Sustentamos que a reorganização da produção de carne no Oeste Paranaense foi projeto articulado pelas classes dominantes para viabilizar a acumulação de capital, mas que tal articulação se deu atravessada pela presença de outras formas de abate e produção de carne. Neste sentido, ao passo que até a década de 1980 os saberes e práticas dos trabalhadores de pequenos açougues e fabriquetas eram elementos que precisavam ser mobilizados pelos frigoríficos locais, a partir da década de 1990, com a expansão dos frigoríficos de frango, estas outras formas de produção passaram a ser estigmatizadas. Evidenciam-se neste contexto tanto a alteração de percepções acerca da higiene e consumo de carne congelada, como também a desqualificação dos saberes e práticas acumulados pela experiência dos trabalhadores dos açougues e fabriquetas.

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call

Disclaimer: All third-party content on this website/platform is and will remain the property of their respective owners and is provided on "as is" basis without any warranties, express or implied. Use of third-party content does not indicate any affiliation, sponsorship with or endorsement by them. Any references to third-party content is to identify the corresponding services and shall be considered fair use under The CopyrightLaw.