Abstract

Nesta publicação, apresentamos o relato de dois raros casos de A. subclavia dextra como última colateral da crossa aórtica, encontrados, acidentalmente, ao curso de estudo sobre a frequência do Truncus bicaroticus no cão. A A. subclavia dextra anormal emerge crânio-distalmente à sua homônima esquerda, tendo ao cruzar a linha mediana, a caminho do membro torácico, decurso supra-esofágico. Entre os seus ramos colaterais nota-se a seguinte alteração: o Truncus costocervicalis apresenta-se desmembrado, partindo a A. transversa colli isolada e proximalmente ao tronco comum das Aa. cervicalis profunda e intercostalis suprema. Além das disposições ora mencionadas, verifica-se, em ambos os exemplares, que a origem das Aa. carótides communes se faz por longo tronco comum e que o N. laryngeus caudalis é fornecido pela porção cervical do N. vagus, não contraindo, portanto, suas habituais relações com a A. subclavia dextra ou com a A. brachiocephalica e vindo alcançar a laringe depois de curto trajeto recorrencial. Não se observa sinal de estenose esofágica, no ponto em que a artéria cruza o esôfago. Em contraposição ao que observa na literatura anatômica humana, na qual contam-se às centenas os relatos de emergência da A. subclávia dextra como último ramo do Arcus aorticus, a bibliografia anátomo-comparativa oferece o registro da anomalia somente no ouriço e no coelho (Meckel, Smith, Eales), merecendo os achados o qualificativo de raros. Chama-se a atenção para a virtual falta de pesquisas sistemáticas sobre o comportamento dos ramos aórticos em anatomia comparativa, resumindo-se os escassos e dispersos trabalhos a propósito das anomalias do arco aórtico e seus ramos mais calibrosos no cão; em todas as circunstâncias o interesse das publicações vinculava-se à obstrução esofágica ocasionada pelas anomalias existentes, explicando-se, assim, a omissão de importantes pormenores anatômicos. As anomalias são descritas em fêmea, adulta, mestiça de Fox terrier e em feto de têrmo, fêmea, mestiça de Lulu. Tanto pela presença do Truncus bicaroticus quanto pela origem, percurso e relações da A. subclavia dextra e, finalmente, pelo comportamento do N. laryngeus caudalis direito, às observações, essencialmente identificáveis, pode ser atribuída descrição comum. Apenas, deve ser destacada a anastomose pré-traqueial que se nota no caso II (feto), entre os Nn. laryngeus caudalis esquerdo e vagus direito, conexão de caráter invulgar. Prosseguindo apresentam-se as explicações das anomalias vascular e nervosa, analisando-se as condições embriológicas que encaminharam o desenvolvimento de ambas; conclui-se admitindo a possibilidade de demonstração da natureza hereditária de anomalias e variações das colaterais aórticas em cães, tendo por base as contribuições de GIACOMINI (homem), MILKS e WILLIAMS (cão) e EDMONDS e SAWIN (coelho). De qualquer forma, e em consonância com o ponto de vista de DE GARIS , afirma-se que o Arcus aorticus constitui estrutura anatômica das mais adequadas para estudos de variação, de simetria e de hereditariedade.

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