Abstract

Este trabalho analisa uma etapa do percurso do Lacan pesquisador, envolvendo questões metodológicas na passagem do grafo do desejo à formalização do matema dos quatro discursos. No grafo, a linha em formato de anzol cortando as duas linhas horizontais configurava o efeito de discurso em três etapas, as quais se mostraram equivalentes às três estruturas clínicas. Com os quatro discursos, Lacan estabelece uma estrutura de quatro posições sobre as quais giram quatro elementos. O matema dos quatro discursos nos remete às operações da estrutura do grupo de Klein. Entretanto, duas regras restringem a permutabilidade: o movimento de um quarto de giro dos elementos apenas em um sentido; em segundo lugar, nas quatro posições prévias, há uma disjunção entre as posições de saber e verdade. Podemos então concluir que os quatro discursos consistem em uma apropriação parcial da estrutura do grupo de Klein, de modo a demarcar a diferença entre a psicanálise e o discurso científico.

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