Abstract

Acidentes por escorpião constituem problema de saúde pública em Belo Horizonte. Realizou-se um estudo epidemiológico observacional retrospectivo para analisar a frequência e distribuição espacial dos acidentes escorpiônicos em Belo Horizonte, entre 2005 e 2009, e associá-las às categorias de risco classificadas pelo Índice de Vulnerabilidade à Saúde (IVS), um índice socioeconômico regional composto. Foram utilizados dados de notificação do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) e Sistema de Vigilância Epidemiológica (SISVE), referentes aos anos de 2008 e 2009. Para o período de 2005 a 2007, foi necessário o resgate de dados das fichas clínicas do Hospital João XXIII (HPSJXXIII) correspondentes às variáveis encontradas no SINAN e SISVE, uma vez que os mesmos não estavam digitalizados nos referidos sistemas de informação. Para georreferenciamento e análise espacial, foi utilizada a base geográfica EndGeo, o aplicativo de mapeamento MapInfo versão 10.0 e os programas Hotspot Detective e SatScan. Entre 2005 e 2009, ocorreram em Belo Horizonte 2.769 casos de acidentes por escorpião, o que representa uma incidência média de 22,4 casos por 100.000 habitantes. Do total de casos, 1.924 (69,5%) foram georreferenciados e houve predomínio de incidência em dois Distritos Sanitários (DS), com grande concentração de casos nas regiões de cemitérios do município. Foram detectados dois "clusters" no período, sendo um em 2005, nos DS Noroeste e Oeste, e outro entre 2006 e 2007, nos DS Noroeste e Nordeste. Não houve associação entre as áreas de maior incidência de escorpionismo e as áreas de maior risco à saúde classificadas pelo IVS. Com base nos resultados, conclui-se que há necessidade de melhorias no processo de notificação do agravo e que o mapeamento dos casos é uma ferramenta relevante capaz de embasar o direcionamento das ações educativas de controle para as áreas prioritárias de Belo Horizonte.

Highlights

  • Scorpion sting accidents are a public health problem in Belo Horizonte and veterinarians play an important role in its control program when based on capture, mapping of cases and educational actions with the population

  • Between 2005 and 2009 2769 cases of scorpionism, occurred in Belo Horizonte which represents an average incidence of 22.4 cases per 100,000 inhabitants

  • There was no association between higher incidence areas of scorpionism in Belo Horizonte and the areas of higher health risk classified by IVS

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Summary

MATERIAL E MÉTODOS

A área de estudo foi o município de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais, localizado na região sudeste do Brasil. Os bancos SINAN/SISVE, de posse da Gerência de Epidemiologia e Informação da Secretaria de Saúde da Prefeitura de Belo Horizonte (SMSA/BH), são compostos de dados coletados no Serviço de Toxicologia do Hospital João XXIII (HPSJXXIII), da Fundação Hospitalar de Minas Gerais. Foi necessária a recuperação de dados das fichas clínicas de atendimento a vítimas de acidentes por escorpião do Setor de Toxicologia do HPSJXXIII, no período de 2005 a 2007, uma vez que a grande maioria delas ainda não se encontrava digitalizada nos sistemas SINAN e SISVE, no momento do estudo. Para os endereços que não foram geocodificados automaticamente pelo programa, foi realizada consulta manual às bases geográficas EndGeo. No caso de números não encontrados com exatidão nas bases, foi feita uma aproximação de até 100 números a mais ou 100 números a menos, assim como é feito pela SMSA através do sistema SISVE. A aplicação do IVS na população humana de Belo Horizonte, estimada em 2.238.322 para o ano de 2003, mostrou que 627.224 (28,02%) pessoas estavam em áreas consideradas de risco baixo, 849.611 (37,96%) em áreas de risco médio, 603.600 (26,96%) em áreas de risco elevado e 157.897 (7,05%) em áreas de risco muito elevado

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Findings
Muito Elevado
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