Abstract

O presente artigo apresenta os dispositivos de vigilância sob a ótica de Michel Foucault em suas duas categorias: disciplinar e biopolítica. Tais conceitos são as bases que utilizo para refletir, a partir de autores contemporâneos, sobre as atuais técnicas de vigilância inseridas no que se pode chamar de uma nova categoria de dispositivo: o tecnopolítico. As investigações são feitas através da análise conjunta de duas tecnologias de poder contemporâneas: as redes sociais – com enfoque no Facebook – e as smart cities – ou ‘smartização’ das cidades. Através de conexões entre os conceitos apresentados e os dois estudos realizados, reflete-se sobre o papel da vigilância e seus mecanismos de controle dentro de três entendimentos do presente: dos dados como os novos combustíveis fundamentais da atual fase do capitalismo; do neoliberalismo como ideologia predominante nas relações sociais, de trabalho e de produção do espaço urbano; e da cibercultura, com a gradual dissolução dos limites entre real e virtual. O artigo aponta que os dispositivos tecnopolíticos têm impactos substanciais na produção de subjetividades e de cidadania – sendo condicionantes de um novo modo de viver urbano e contemporâneo – e propõe cenários possíveis de enfrentamentos a tal conjuntura.

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