Abstract

Este artigo busca compreender algumas das implicações culturais que fazem parte da constituição da identidade do sujeito, considerando os conceitos de contexto, espaço e temporalidade em uma Comunidade Virtual de Aprendizagem. A pesquisa envolveu um estudo reflexivo, de abordagem qualitativa que delineou a etnopesquisa crítica enquanto caminho teórico-metodológico, tendo a epistemologia da complexidade como referência para a criação do método em postura rigorosa da bricolagem científica. A investigação ocorreu no contexto de um curso de extensão, ofertado em um programa de pós-graduação, para professores e professoras que atuavam em diferentes níveis de ensino. Os resultados e análises evidenciaram que o sentimento de pertencimento, a territorialidade, a permanência, as ligações emocionais, o caráter colaborativo, a partilha de um projeto solidário sem desprezar objetivos conflitivos e a confiança são alguns dos princípios que norteiam a convivência na CVA e são requeridos para o estabelecimento de vínculos. É pressuposto que em tais espaços os atores precisam se implicar, desenvolver a autonomia e promover mediações através das marcas subjetivas que são impressas nas interfaces de um ambiente virtual de aprendizagem, pois só assim se constituirão em atores-autores.

Highlights

  • Contrapondo-se à ideia clássica da comunidade restrita a um local geográfico determinado deparamo-nos na atualidade com o sentimento de comunidade mobilizador e estruturante de uma práxis social que transpõe e resignifica os conceitos de espaço e tempo

  • Ampliando tal visão percebemos as comunidades on-line enquanto agrupamentos humanos que surgem através da Comunicação Mediada por Computador (CMC), reconhecendo ainda a ausência de uma base territorial geográfica e, em muitos casos, até mesmo do contato físico entre os integrantes destas comunidades

  • A análise dos dados desta pesquisa procedeu de forma a garantir a coerência das informações no contexto do ambiente virtual da Comunidades Virtuais de Aprendizagem (CVA), fazendo uso dos registros e marcas que emergiram nos diários on-line e que se relacionaram diretamente com a intenção da pesquisa

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Summary

Introdução

Contrapondo-se à ideia clássica da comunidade restrita a um local geográfico determinado deparamo-nos na atualidade com o sentimento de comunidade mobilizador e estruturante de uma práxis social que transpõe e resignifica os conceitos de espaço e tempo. Ampliando tal visão percebemos as comunidades on-line enquanto agrupamentos humanos que surgem através da Comunicação Mediada por Computador (CMC), reconhecendo ainda a ausência de uma base territorial geográfica e, em muitos casos, até mesmo do contato físico entre os integrantes destas comunidades. Buscarmos compreender neste artigo algumas das implicações culturais que fazem parte do processo da constituição da identidade do sujeito, consideramos os conceitos de contexto, espaço e temporalidade como integrante das relações de práxis estabelecidas entre os atores-autores inseridos em uma Comunidade Virtual de Aprendizagem. Situamos as Comunidades Virtuais de Aprendizagem (CVA) como contribuintes na formação de uma outra/nova racionalidade e sobretudo como espaço e trânsito de múltiplas “vidas” que em um processo de participação e comunicação social, potencializado pelas tecnologias informacionais, produzem saberes e favorecem o encontro de seres humanos. O desencaixe encontra-se na falta da territorialidade geográfica; em contrapartida, encontramos o encaixe no virtual “Settlement” – estabelecimento ou ainda o encaixe no espaço social, onde há circulação de capital econômico, cultural, político, social e simbólico

Relações Interativas e Comunicacionais
Identificações e Pertencimento
Percurso Teórico-metodológico
Resultados e Discussão
Considerações Finais
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