Abstract

Este artigo tem como objetivo problematizar o fenômeno contemporâneo da dispersão urbana dentro do campo da história do Urbanismo. Este exercício historiográfico foi construído com base em uma análise crítica da atuação de empresas urbanizadoras de reconhecida importância na historiografia do Urbanismo: a Compañia Madrileña de Urbanización, empresa urbanizadora fundada pelo madrilenho Arturo Soria y Mata para implementar sua ideia de ciudad lineal; as empresas Garden City Pioneer Company e First Garden City Ltd, fundadas, respectivamente, para levantar fundos e gerenciar a construção de Letchworth, na Inglaterra, primeira cidade-jardim construída, cujo esquema teórico Ebenezer Howard havia concebido em 1898; e a empresa City of São Paulo Improvements and Freehold Company Ltd, que implementou os primeiros bairros-jardim de São Paulo. Na narrativa sobre cada empresa, destacam-se os dois conceitos urbanísticos propagados por essas empresas, relacionados com a ideia de urbanização dispersa e com as estratégias empresariais desenvolvidas para viabilizar empreendimentos ligados à dispersão.

Highlights

  • Este artigo problematiza o fenômeno contemporâneo da dispersão urbana no campo da história do Urbanismo

  • Essa interpretação constrói outro olhar sobre a dispersão, não mais como uma “novidade” característica do século XX, e sim como parte de um processo histórico de pensamento e prática do Urbanismo

  • Foram desenvolvidas propostas urbanísticas que incorporaram a dispersão ao repertório projetual da cidade, em conformidade com as mais diversas intenções, interpretações e dimensões

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Summary

A Compañía Madrileña de Urbanización e a Cidade Linear

Soria y Mata foi o primeiro a elaborar uma proposta de dispersão urbana – a cidade linear (ESTEVE, 1948) –, descrita pela primeira vez em 6 de março de 1882 (COLLINS, 1968; SAMBRICIO, 1996). E foi na geometria da linha reta que ele embasou sua proposta para uma nova cidade O que transparece dessa análise são as ricas e diversificadas estratégias empresariais da CMU de difusão de uma proposta urbanística, de propaganda comercial, de uso de concessões de serviços públicos para benefício próprio e de adequação às mudanças de demanda do mercado consumidor, inclusive quanto ao “estilo arquitetônico” e às premissas mais “fundamentais” da ideia de cidade linear

A Garden Cities Association e a dispersão controlada
Conclusões

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