Abstract
Enquadramento: A tuberculose, como problema de saúde à escala global, requer um tratamento eficaz. A World Health Organization recomenda a toma da medicação de forma supervisionada e personalizada. Portugal aderiu a esta estratégia, não se tendo identificado estudos desta problemática. Objetivo: descrever as implicações do tratamento diretamente observado (TDO) no controlo da tuberculose, em Portugal. Metodologia: Estudo exploratório e descritivo, numa amostra de 303 pessoas com tuberculose pulmonar, em centros de diagnóstico pneumológico da região Norte de Portugal, entre março de 2019 e janeiro de 2020. Resultados: A TDO é a modalidade de tratamento em 88,1% da amostra. A maioria dos participantes (75,9% das mulheres e 66,3% dos homens) fazem o tratamento sob supervisão do enfermeiro, nas unidades de saúde. As suas expectativas individuais não parecem ser priorizadas. A tomada de decisão sobre a estratégia aplicada surge centrada nos profissionais de saúde e não aparenta privilegiar a participação da pessoa doente. Conclusão: A modalidade TDO, apresenta-se como fonte de insatisfação, potencia o agravamento dos recursos económicos da pessoa doente e do estigma social.
Highlights
Tuberculosis is a global health problem that requires effective treatment
Este dado revela-se na insatisfação com as orientações institucionais referentes à modalidade do seu tratamento e reflete-se na perceção de que não acreditam nele e não é envolvido(a) na decisão: “Não esperava que fosse a enfermeira a fazer todo o tratamento” (Q76); “Porque não posso ser eu a tomar?” (Q94); “considero-me responsável” (Q103); “Não falhei . . . porque tenho de ir todos os dias à Unidade de Saúde? (Q109); “Eu não concordo que me obriguem a ir todos os dias à enfermeira tomar a medicação” (Q163); “Porquê? Porquê a regra de que não posso ser eu a tomar em casa? (Q210)
Association between directly observed therapy and treatment outcomes in multidrug-resistant tuberculosis: A systematic review and meta-analysis
Summary
Inserido num estudo mais amplo, foi realizado um estudo exploratório e descritivo, em CDP da região norte de Portugal, entre março de 2019 e janeiro de 2020. Relativamente à fase da recolha da informação e a fase de tratamento da doença que cada participante se encontrava, esta situou-se, no caso das mulheres, entre o segundo e quarto mês de tratamento e nos homens, 6 ou mais meses, estando incluída a fase de follow-up. A toma da medicação foi feita, para a maior parte das mulheres (75,9%) e dos homens (66,3%), na unidade de saúde, todo o período de tratamento. A toma da medicação foi supervisionada pelo enfermeiro, em contexto de domicílio nos dois primeiros meses de tratamento, em 12,1% das mulheres e 21,9% dos homens. Também a maioria das mulheres (69,8%; n = 81) e dos homens (68,4%; n = 128) não tiveram possibilidade de escolher o local da toma da sua medicação. Outros Total + Negociação da Modalidade e o local da toma da medicação Negociado consigo Não foi negociado Não sabe Total + Possibilidade de escolher onde tomar a medicação Sim Não Não sabe Total + A modalidade de toma corresponde às suas expectativas Sim Não Não sabe Total + Alguma vez pensou em desistir do tratamento? Sim Não Não sabe Total
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