Abstract

<div><p>O acesso das mulheres ao mercado de trabalho ao longo das últimas décadas tem sido analisado como resultado de um complexo e lento processo de mudanças socioculturais e econômicas. Neste último aspecto, isso vem ocorrendo através de um longo período de crescimento dos mercados de trabalho em geral, o que perdurou no Brasil até os anos 70 com o aumento do trabalho assalariado, observando-se, nas décadas seguintes, a sua redução, sem que isso afetasse a intensidade do trabalho das mulheres. Essas tendências, de crescimento e de declínio do emprego, em paralelo ao aumento da instabilidade do trabalho, revelam-se como resultados de uma dupla transformação econômica e de suas características locais, ao tempo em que se aprofunda a divisão sexual do trabalho e a precarização e informalidade nas últimas décadas. O presente artigo aborda algumas implicações dessas duas tendências visando a contribuir com as análises do acesso das mulheres ao mercado de trabalho no País.</p></div><p> </p>

Highlights

  • Women's access to the labor market over the last decades has been analyzed as a result of a complex and slow process of social-cultural and economic changes

  • As explicações para essa significativa mudança são atribuídas, tanto a necessidades econômicas e oportunidades oferecidas pelo mercado de trabalho, como às transformações que afetaram as mulheres e as famílias brasileiras implicando sua liberação para o trabalho, com destaque para a tendência declinante do tamanho da família, diminuição progressiva do número médio de filhos, e aumento dos domicílios chefiados por mulheres: 14% em 1980, 20% em 1990

  • Disponível em: http://www.portaldaindustria.com.br/agenciacni/noticias/2016/11/participacao-de-mulheres-nomercado-de-trabalho-industrial-cresce-143-em-20-anos/ Acesso em: 30 abr

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Summary

Serviços prestados à Empresa

Fonte: IBGE - Pesquisa Mensal de Emprego (PME), 2015. O Quadro 1 apresenta uma classificação dos segmentos nos quais se concentra a força de trabalho feminina, com sua conhecida heterogeneidade. O segmento dos serviços prestados à empresa que correspondem aos especializados, mencionados por Sassen (1998) empregam-se 13,3% das mulheres, e o comercio, 17, 4 %. Todo esse quadro serve para realçar os desafios que se colocam para uma reconstrução da heterogeneidade que caracteriza o conjunto das mulheres trabalhadoras, indicando a necessidade de se reunir informações sobre as diferenças de gênero nele existentes, tanto na velha informalidade, como na nova informalidade, esta última resultante da precarização do conjunto do mercado. Crescimento da atividade feminina que se viabiliza mais através da informalidade, já que a proporção de mulheres que trabalham sem carteira assinada aumentou de [39, 8] para 40, 9 % , enquanto entre os homens esta proporção diminuiu, o que deve resultar, tanto da saída das mulheres do emprego regular nos setores público e também privado, como do ingresso recente daquelas que só encontram oportunidades na informalidade. Mas a verdadeira dimensão da informalidade só pode ser avaliada ao somaremse os trabalhadores por conta própria aos empregados sem contrato: Quadro 2 – Ocupados (sem carteira assinada) e autônomos

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