Abstract

Plantas alucinógenas são bastante utilizadas em rituais e cultos religiosos. O chá de Ayahuasca e o vinho da Jurema preta, bebidas alucinógenas, apresentam o alcalóide dimetiltriptamina (DMT), responsável pelo efeito alucinógeno devido a interação com receptores serotoninérgicos no sistema nervoso central (SNC). O objetivo da pesquisa foi esclarecer os mecanismos de ação e os efeitos da DMT presente em bebidas alúcinógenas das espécies Mimosa tenuiflora (jurema preta), Banisteriopsis caapi (jagube ou cipó mariri) e Psychotria viridis (chacrona) sobre o SNC, elucidando os riscos da sua ingestão e informações sobre a legislação brasileira. O efeito alucinógeno ocorre a partir da interação dos receptores serotoninérgicos com DMT, esse estruturalmente semelhante a serotonina, o que interfere nas funções psíquicas, proporcionando modificações de dimensões, ilusões acústicas e ópticas, alterações no humor, distorção na percepção do tempo e espaço, despersonalização, midríase e hipertermia. Atualmente existe um acesso a essas substâncias e a difusão do seu uso está em expansão no Brasil, devido a relação com aspectos religiosos e culturais. Dessa forma, é importante conhecer os fatores que englobam o uso dessas substâncias, pois diversas alterações e complicações podem surgir a partir do uso, já que os efeitos alucinógenos provêm de interferências em funções fisiológicas.

Highlights

  • Hallucinogenic plants are widely used in rituals and religious cults

  • As diferenças entre elas estão no modo do preparo, as culturas que fazem seu uso e a diferença na concentração da DMT, o alcalóide que promove os efeitos alucinógenos de ambas as bebidas (Pires, 2010; Mikosz, 2009)

  • Alcalóides e o chá da ayahuasca: uma correlação dos “estados alterados da consciência” induzidos por alucinógenos

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Summary

Características botânicas e químicas da Banisteriopsis caapi

Presente na Amazônia encontra-se B. caapi, pertencentente à família malpighiácea, sendo nativa das zonas tropicais da América do Sul e Antilhas (Pires et al, 2010). Os primeiros estudos botânicos sobre B. caapi foram realizados durante uma viagem pela Amazônia brasileira, venezuelana e equatoriana entre os anos de 1849 e 1864, pelo inglês Richard Spurce, que a princípio chamou sua atenção, o uso dessa planta em uma bebida chamada ayahuasca (Garrido e Sabino, 2009). Ela apresenta como princípio ativo de sua composição fitoquimica, alcalóides beta carbolinicos que são potentes inibidores da MAO, dentre as principais estão a harmanina (HRM), harmalina (HRL) e a tetrahidroharmina (THH; McKenna, 2004)

Caracteristicas botânicas da Psychotria viridis
Características da Mimosa tenuiflora
Chá de Ayahuasca
Vinho da Jurema preta
Mecanismo de ação da DMT
DMT e o SNC
Legislações aplicadas ao uso do chá da ayahuasca
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