Abstract

The present paper offers a theoretical literature review of Goffman’s concept of stigma, which has been extensively relied upon in discursive and educational studies in Brazil, by highlighting its relation to H. Becker’s Sociology of Deviance and its roots in the Chicago School. The paper aims at approaching such sociological notions from a discursive and interactional standpoint. It is specifi cally argued that certain analytical categories drawn from work in both interactional sociolinguistics and narrative analysis can be productively employed to provide a better understanding of the notions of deviance and stigma.Keywords: deviance, stigma, face, narrative.

Highlights

  • O presente artigo, de natureza teórica, focaliza e articula os conceitos sociológicos de desvio, de Becker (2008 [1963]), e estigma, de Goffman (1988 [1963]), aqui tomados como processos de construção identitária caros aos estudos que se debruçam sobre o fenômeno social da rotulação de grupos e indivíduos

  • No trabalho já mencionado com membros do tráfico de drogas internos de uma instituição penal, por exemplo, a partir da análise da sequencialidade de eventos narrativos e das relações de causa e efeito presentes na narrativa, foi possível observar que os participantes atribuíam constantemente a eventos disruptivos a causa da entrada para o crime

  • Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Rua Marquês de São Vicente, 225, Gávea 22451-900, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

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Summary

Escola de Chicago e os processos de individualização

De acordo com os encaminhamentos da sociologia interacionista, mais especificamente o movimento conhecido como Escola de Chicago, para se entender o modo como as diferenças e conflitos marcam as configurações atuais da interação entre grupos e indivíduos, é preciso recorrer aos processos de formação da “sociedade moderno-contemporânea”, bem como aos processos de individualização que ela fomenta. Nesse ator social, uma motivação localizada e identificável como causa do comportamento desviante; antes, Becker o reformula como algo que emerge das relações sociais; que é criado nelas; na própria sociedade estão as regras de cuja violação decorre o desvio. Ainda que um senso de subjetividade habite o ator social, ele não está, segundo Goffman (2009), livre de contrassensos: a atividade em co-presença, porque indicial, tem sempre um caráter promissório: as inferências originadas dos índices são sempre expectativas, de modo que a identidade co-construída na interação seja sempre uma impressão; uma aparência. Enquanto Becker se ocupa do que se pode chamar de a “gênese” do rótulo de desvio, Goffman trata dos encontros sociais que envolvem pessoas estigmatizadas; do confronto entre as expectativas sobre o encontro que regem as situações sociais e do modo como ele, o confronto, efetivamente acontece, quando um ou mais dos atores envolvidos foge ao padrão requerido, dentro ou fora das instituições totais. Também como já se disse, dois caminhos parecem dar conta desse aspecto: a análise do trabalho de face e análise das narrativas que emergem do encontro misto

Trabalho de face e manipulação do estigma
Análise de narrativa e neutralização do desvio
Considerações finais
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