Abstract
Este trabalho, de parcerias entre uma Universidade Comunitária e empresas farmacêuticas nacionais relata o desenvolvimento de novos e efetivos fitoterápicos obtidos a partir das folhas de Aleurites mollucanus (Euphorbiaceae), uma espécie exótica, proveniente da Ásia, adaptada no Brasil. Este projeto, embora ainda não tenha alcançado o estágio final de estudos clínicos e registro junto à ANVISA, representa uma experiência relevante a ser analisada à luz das dificuldades e superações no decorrer das etapas que compõem a cadeia de estabelecimento de um novo medicamento fitoterápico no Brasil. Com aprovação nas etapas de estudos não clínicos e na etapa clínica-fase I foram desenvolvidos, em escala piloto, comprimidos a base do extrato seco padronizado de A. moluccanus. Além disso, foram estabelecidas formulações como creme tópico e suspensão oral. A superação dos desafios para padronização do extrato em escala industrial, sob boas práticas de fabricação (BPF) e os aspectos de estabilidade das formulações, assim como a continuidade dos estudos, depende do cenário e consequente direcionamento do mercado. Este relato proporcionou uma visão sobre os percalços e as superações vivenciadas por pesquisadores de uma Universidade Comunitária brasileira, com foco na pesquisa e desenvolvimento de novo, efetivo e seguro fitoterápico analgésico e anti-inflamatório.
Highlights
O uso terapêutico de espécies vegetais tem passado por momentos de extrema relevância, desde o sofisticado e sistemático uso de fitomedicamentos na Mesopotâmia, há mais de 2600 a.C, a fundamental importância na criação de grandes laboratórios farmacêuticos, como o Laboratório Merck em Darmstadt (Alemanha), que começou a extrair morfina e outros alcaloides em 1826, passando por fases marcadas por estagnação, devido ao surgimento das técnicas de high-throughput screening (HTS) entre os anos de 1990-2000
Entre as dificuldades relacionadas à produção de fitomedicamentos ou fármacos baseados em plantas medicinais, vários autores pontuam especialmente a acessibilidade ao material vegetal, considerando que a sua origem nem sempre se baseia em cultivo padronizado, mas advém de colheita silvestre, em habitat naturais ecologicamente e edaficamente diversos, levando ao risco da colheita extrativista e insustentável[2]
Para uma Universidade Comunitária, que depende basicamente de recursos de mensalidades e captados via órgãos de fomento para sustentar atividades de pesquisa e desenvolvimento, a participação neste promissor projeto em parceria com indústrias farmacêuticas foi muito relevante e vantajosa[29], destacandose: i) melhoria da infraestrutura para melhorar a qualidade de ensino, pesquisa e extensão, por meio da aquisição de equipamentos de ponta e construção de novos laboratórios, ii) contribuição expressiva na formação de recursos humanos especializados por meio de bolsas aos alunos de graduação e pósgraduação, iii) aumento considerável da produção científica, por meio de publicação em periódicos de impacto, participação em eventos científicos, etc., iv) premiação pelos resultados alcançados, dando maior visibilidade institucional
Summary
O uso terapêutico de espécies vegetais tem passado por momentos de extrema relevância, desde o sofisticado e sistemático uso de fitomedicamentos na Mesopotâmia, há mais de 2600 a.C, a fundamental importância na criação de grandes laboratórios farmacêuticos, como o Laboratório Merck em Darmstadt (Alemanha), que começou a extrair morfina e outros alcaloides em 1826, passando por fases marcadas por estagnação, devido ao surgimento das técnicas de high-throughput screening (HTS) entre os anos de 1990-2000.
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