Abstract

Partindo da reflexão de Byung-Chul Han a respeito da psicopolítica como a nova ordem contemporânea, que rege a “sociedade do cansaço”, apresentamos a leitura de alguns poemas do Inferno (2022), de Pedro Eiras. Ao descrever diversos cenários da vida urbana hiperacelerada e hiperconectada, o sujeito lírico passa a caminhar entre seus semelhantes e, todos juntos, sentem-se oprimidos pelo excesso de positividade imposto pelo big data. Ao transitar por diversos não-lugares, o poeta apresenta uma postura crítica, de acentuada preocupação ética, em relação aos impactos subjetivos do neoliberalismo. Por fim, concluímos que nos trinta e três cantos híbridos do Inferno, a contradicção presente nos versos atrita com a anulação da subjetividade ao propor, por meio da experiência temporal gerada pela poesia, o intervalo, a intimidade e o tédio profundo.

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