Abstract

Introdução: Evidências atuais apontam para desiquilíbrio entre os benefícios e danos com a prática do rastreamento do câncer de próstata, podendo provocar consideráveis riscos à saúde dos homens. Tal afirmativa fundamentou a recomendação do Ministério da Saúde sobre não estimular a realização dessa prática e a necessidade de discutir todas as implicações desses exames quando o homem solicitar sua realização. Objetivo: Analisar a percepção e experiências de homens e médicos/as sobre a tomada de decisão compartilhada para o rastreamento do câncer de próstata no Brasil. Método: Foi realizado um estudo qualitativo e exploratório, a partir de um grupo focal com homens na maturidade da idade (média: 51 anos) e entrevistas semiestruturadas com médicos/as de unidades básicas de saúde, de diferentes estados do Brasil. Abordagem analítica qualitativa, cujos dados foram categorizados pela análise de conteúdo. Resultados: Identificou-se desconhecimento dos homens sobre os possíveis danos relacionados ao rastreamento desse câncer, além de barreiras de cunho pessoal, cultural e na organização do processo de trabalho, que demonstraram dificultar à comunicação clínica durante a consulta na atenção primária à saúde (APS). De outra parte, os homens referem desejo de maior participação nas escolhas sobre sua saúde, mencionando a internet como uma ferramenta frequentemente utilizada para diminuir a disparidade de conhecimento na relação clínica. Os achados também apresentam estratégias utilizadas pelos médicos/as, como recursos gráficos e ferramentas de comunicação, que ajudam a incluir diferentes perfis de homens na tomada de decisão. Conclusão: A investigação demonstrou que, embora haja avanços em relação ao debate de possíveis implicações danosas do rastreamento do câncer de próstata e exemplos de abordagens inclusivas, essa prática ainda não está consolidada no Brasil, revelando a necessidade de incentivar a participação do homem nas decisões que influenciam diretamente sua qualidade de vida e bem-estar. Dessa forma, há a necessidade de investir em estratégias que facilitem a comunicação médico/paciente e ampliem o debate sobre as possíveis implicações do rastreamento entre os profissionais inseridos na APS e na população.

Highlights

  • Current evidence shows an imbalance between benefits and harms with the prostate cancer screening, which can cause considerable risks to men’s health

  • Quanto ao local de atuação, os médicos/as eram dos seguintes estados: Espírito Santo, Minas Gerais (2), Rio de Janeiro (2), Paraná, Paraíba (2), São Paulo, Santa Catarina, Rio grande do Sul, Goiás, Rondônia, Sergipe (2), variando de áreas urbana (60%) e rural (40%)

  • Mais da metade dos homens (60%) informou já ter realizado algum dos exames, com a justificativa de preservar a saúde e prevenir o adoecimento e morte por câncer de próstata

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Summary

Artigos de Pesquisa

A decisão clínica compartilhada diante dos riscos do rastreamento do câncer de próstata The shared clinical decision regarding the risks of prostate cancer screening La decisión clínica compartida con respecto a los riesgos del tamizaje del cáncer de próstata. Objetivo: Analisar a percepção e experiências de homens e médicos/as sobre a tomada de decisão compartilhada para o rastreamento do câncer de próstata no Brasil. Resultados: Identificou-se desconhecimento dos homens sobre os possíveis danos relacionados ao rastreamento desse câncer, além de barreiras de cunho pessoal, cultural e na organização do processo de trabalho, que demonstraram dificultar à comunicação clínica durante a consulta na atenção primária à saúde (APS). Conclusão: A investigação demonstrou que, embora haja avanços em relação ao debate de possíveis implicações danosas do rastreamento do câncer de próstata e exemplos de abordagens inclusivas, essa prática ainda não está consolidada no Brasil, revelando a necessidade de incentivar a participação do homem nas decisões que influenciam diretamente sua qualidade de vida e bem-estar.

Proteção da saúde X Riscos do rastreamento
Área de atuação
Valorização da autonomia dos homens na tomada de decisão clínica
Implicações para a prática profissional
Considerações finais
Declaração autoria
Findings
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Paper version not known

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