Abstract

Objetivo: discutir como a Comissão Científica de Exploração, formada pelo governo monárquico do Brasil entre 1859 e 1861, mobilizou a questão climática em seus trabalhos nas então províncias do Norte do país e como isso rendeu embates com gentes daqueles territórios semiáridos. Metodologia: à luz de pressupostos do campo da História Ambiental e das Ciências, a pesquisa se construiu com base na análise de fontes da referida Comissão, bem como das discussões sobre o clima por parte de estudiosos dessas províncias. Originalidade: a questão climática, por vezes, ainda aparece subvalorizada tanto para a dita Comissão como nas dinâmicas desse território e suas gentes nos meados do século XIX. Esse artigo questiona essa visão ao mostrar como sobretudo as interações com as chuvas e sua escassez foram decisivas nas relações dessa parte do Brasil com o poder monárquico naquele momento. Conclusões: o território semiárido foi um desafio ao projeto de integração do Brasil pelo seu distanciamento biogeográfico e social em relação ao ideal de nação gerado no poder imperial, centrado no Rio de Janeiro. A Comissão Científica buscava levar a ordem imperial para essa área setentrional do Império, e para isso, estudou a questão climática. Isso, porém, não foi algo unilateral desde a Corte, mas foi o centro de vários choques com outros projetos para essa parte do Brasil.

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